Sociedade

Caso de estupro no Rio reflete crise de valores, diz bispo

Dom Antônio destacou que não se pode “fazer apenas uma análise envolvido pela emoção do momento ou levado por um viés ideológico”

Da redação, com ACI Digital

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Dom Antônio Augusto Dias Duarte, referencial para a Vida e a Família do Regional Leste 1 da CNBB / Foto: Arquivo

Uma carência de valores na sociedade é o que reflete o caso do estupro coletivo de uma jovem de 16 anos no Rio de Janeiro e a posterior divulgação de vídeo e fotos na internet. Foi o que constatou o Bispo auxiliar do Rio de Janeiro, Dom Antônio Augusto Dias Duarte, segundo quem, o fato deve ser analisado do ponto de vista ético.

Para ele, o caso que ganhou repercussão mundial não se trata “apenas de um fato chocante”. “Estamos vendo a ponta de um iceberg que as pessoas não querem ver ou, vendo, fingem não ver, que é a crise de valores”, indicou o bispo.

“Em primeiro lugar – pontuou –, esta situação que infelizmente vivemos em nossa sociedade é algo inadmissível, que não deve ser analisado com um viés que não seja o ético. É preciso fazer uma análise ética e, assim, procurar o porquê de esse fato ter ocorrido”.

O Bispo, que também é o referencial para a Vida e a Família do Regional Leste 1 da CNBB, assinalou que “quando se vai em busca de uma reposta ética, encontramos uma carência muito grande de valores humanos, em relação à mulher, à sexualidade, ao respeito, à família, à segurança, à educação”.

Nesse sentido, destacou que não se pode “fazer apenas uma análise envolvido pela emoção do momento ou levado por um viés ideológico”.

Ao reforçar que o estupro é algo inadmissível, Dom Antônio explicou que “o ato sexual, segundo os planos de Deus, é um momento especial entre o homem e a mulher”, sendo assim, “não deve ser banalizado com o estupro ou então sendo tomado como um ato de diversão”. “Isso não enaltece o relacionamento respeitoso entre o casal, o homem e a mulher”, acrescentou.

Além disso, o bispo comentou sobre o amparo que a Igreja deve oferecer às pessoas que passam por situações como essa. De acordo com ele, “a Igreja, no seu rosto mais expressivo, é mãe e, como mãe, sabe que todo filho que sofre deve ser acolhido e ficar mais protegido de futuras doenças, e não digo doenças físicas, mas sim da crise de valores”.

“Ao acolher essa pessoa, deve mostrar que ela não é um objeto, mas filha de Deus. Além do apoio psicológico, social, é preciso mostrar a essa pessoa um Deus que é Pai, misericordioso, amoroso”.

Na internet, é preciso prudência

O caso do estupro cometido contra a adolescente foi ainda agravado pelo fato de um vídeo e fotos do caso terem sido divulgados na internet. Em relação a isto, Dom Antônio Augusto sublinhou que “a internet se socializou tanto que passou a ser um palco, que muitas vezes se torna útil para difundir valores e culturas que tiram o discernimento”.

O bispo observou que em muitos casos, a difusão de qualquer fato pela rede “é feito sem prudência” e advertiu que, na rede, “não sabemos a quem aquele conteúdo pode chegar”.

Ele alertou que pode ocorrer de tal conteúdo ser consumido por “pessoas que despertem uma reação ruim, passando a considerar aquilo normal e copiando esse comportamento”. Isso, ressaltou o Bispo, não apenas em relação ao caso do abuso sexual, mas também “à violência, ao respeito mútuo, entre outros”.

Por isso, aconselhou que a internet “deve ser utilizada com prudência, discernimento e inteligência”. “É preciso usar com maturidade”, completou.

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