Esperança

Cardeal comenta vivência da Semana Santa em meio à crise

Dom João Braz de Aviz fala da crise brasileira e diz que é preciso sair da corrupção: “Quem sabe esta Semana Santa vai nos dar esta chance”

Da Redação, com Rádio Vaticano

Brasileiros se manifestam contra a corrupção no Brasil / Foto: Reprodução Agência Brasil

Brasileiros se manifestam contra a corrupção no Brasil / Foto: Reprodução Agência Brasil

“Precisamos sair da corrupção. Quem sabe a Semana Santa vai nos dar essa chance”. A declaração é do Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Cardeal João Braz de Aviz, que em sua tradicional mensagem de Páscoa orienta os fiéis a como viverem a Semana Santa neste contexto de crise no Brasil.

Dom Aviz vive em Roma, mas não deixa de acompanhar o cenário brasileiro. Ele diz que o Brasil é uma grande nação ainda jovem na democracia. Para ele, o que está acontecendo hoje, com essa crise política econômica e institucional, é um dos momentos mais importantes que existem na história do país.

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Cardeal Braz de Aviz / Foto: Arquivo

Cardeal Braz de Aviz / Foto: Arquivo

“Eu estou admirado pelo modo como nosso povo está reagindo nas ruas, que é extraordinário. Isto é, sair para a rua, manifestar a sua própria posição e respeitar a posição do outro também e, ao mesmo tempo, manifestar claramente o que a gente pensa nessa atitude da construção da história de um povo. Fico feliz de ver que, finalmente, parece que nós demos uma ‘via livre’, uma entrada mais forte à verdade, à autenticidade, e também nós queremos sair deste inferno verdadeiro que é a corrupção”.

Dom Aviz destaca que a corrupção entrou no Brasil como se fosse um animal forte e pegou tudo, sobretudo a classe dirigente do país. Ele lembra que a corrupção também está nas coisas pequenas, no gesto de cada dia, mas essa corrupção que colocou tudo a perder realmente não serve para o povo. É preciso mudar.

“A questão da mudança depende de todos, temos que todos nós fazer uma mudança, e ela é possível. Messianismos não servem. ‘Eu sou o salvador’. Não, o povo é o salvador da sua pátria. A atitude de excluir pessoas, dizer: vocês fazem parte de uma outra mentalidade, também não serve. Temos de ir achando as razões que movem cada um nos pontos contrários para poder achar uma história comum. Essa história comum existe! As instituições precisam ser respeitadas, mas nós precisamos também sair da corrupção. Quem sabe esta Semana Santa vai nos dar esta chance”.

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