Em coletiva, bispos falaram à imprensa sobre o dízimo e o clero no Brasil; Dom Geraldo comentou o retiro espiritual que antecedeu o início das votações para nova presidência
Jéssica Marçal
Da Redação
Dízimo, retiro espiritual e dados sobre o clero no Brasil foram os três assuntos abordados na coletiva de imprensa desta segunda-feira, 20, na 53ª Assembleia Geral da CNBB. Estavam presentes para responder às perguntas dos jornalistas o arcebispo de Salvador (BA), Dom Murilo Krieger, primaz do Brasil; o arcebispo de Mariana (MG), Dom Geraldo Lyrio Rocha e o arcebispo de Palmas (TO), Dom Pedro Brito Guimarães.
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Os presentes na coletiva já estavam a par da eleição do arcebispo de Brasília (DF), Dom Sérgio da Rocha, como novo presidente da CNBB. E para que a eleição se realizasse, Dom Geraldo mencionou a importância da oração, motivo pelo qual os bispos participaram, como de costume, de um retiro nesse fim de semana, do qual ele foi o pregador.
“Nós não estamos aqui disputando o poder, cargos, estamos aqui nos colocando para o serviço, por isso todos são candidatos ao mesmo tempo que são eleitores. Não há lista de candidatos”, declarou Dom Geraldo.
No contexto das comemorações pelos 50 anos do Concílio Vaticano II, Dom Geraldo aproveitou essa temática como ponto de partida da pregação do retiro. Ele procurou nos textos conciliares o que é dito sobre a missão do bispo, sua tarefa de ensinar, de santificar e de governar o povo de Deus. “Foi assim que eu desenvolvi o tema do retiro”.
Dízimo
Outro ponto em evidência na coletiva de hoje foi o dízimo. Dom Murilo disse que se identifica a necessidade de incentivar mais o dízimo, mas falta uma linguagem comum, uma melhor documentação, um estudo sobre o dízimo na Bíblia e até mesmo uma reflexão sobre o que os Pontífices já disseram a respeito.
A Assembleia aprovou a instituição de uma comissão para avaliar o assunto e Dom Murilo foi o designado para estar à frente das discussões. Nessa Assembleia, foi perguntado aos bispos o que eles gostariam que fosse abordado nas diretrizes sobre o dízimo para todo o Brasil. O arcebispo de Salvador disse que foram várias as sugestões e que já foi marcado um seminário sobre o assunto para o início de novembro desse ano.
O evento deve acontecer em Aparecida (SP) e contar com a participação de representantes de várias dioceses do Brasil. Inclusive, estão sendo buscados recursos para ajudar as dioceses mais pobres a participarem. No seminário, serão apresentadas todas as sugestões e, posteriormente, haverá um estudo – coleção verde de documentos da CNBB – para ajudar a caminhada da Igreja nesse assunto.
Clero no Brasil
Já foi apresentada nesta Assembleia a Escola Nacional de Formadores “Jesus Bom Pastor”, voltada para a formação do clero brasileiro. Outro projeto que deve ser apresentado ainda hoje é uma pesquisa sobre o clero no Brasil.
“Queremos melhorar a qualidade da formação dos nossos presbíteros nesse mundo que muda tão rapidamente (…) É necessário também que a formação acompanhe as demandas desse mundo”, disse Dom Pedro, que é o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada.
Segundo o arcebispo de Palmas (TO), a Escola deve começar a funcionar em janeiro. O primeiro módulo vai trabalhar a questão humana e espiritualidade, o segundo módulo será dedicado ao aspecto comunitário e intelectual e o último vai falar da dimensão missionária. O curso será presencial, dividido em 80 dias. A escola é uma iniciativa que atende ao pedido do Papa Francisco em sua estadia no Brasil por ocasião da JMJ Rio 2013. Na época, o Pontífice disse que a formação dos presbíteros não pode ser terceirizada.
Com relação à pesquisa sobre o clero, Dom Pedro explicou que ela vai incidir sobre o perfil do presbítero brasileiro. Segundo ele, há mais de 20 anos não se fazia uma pesquisa assim.