Assembleia Geral da CNBB

Em coletiva, bispo atualiza andamento do Sínodo sobre a Sinodalidade

Neste terceiro dia de Assembleia Geral da CNBB, a coletiva de imprensa tratou também sobre o acordo diplomático “Brasil-Santa Sé”

Huanna Cruz
Enviada a Aparecida

Bispos falam à imprensa no terceiro dia da 60ª Assembleia Geral da CNBB / Foto: Jaison Alves – CNBB Sul 4

O episcopado brasileiro está reunido neste terceiro dia da 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (AG CNBB). Na coletiva de imprensa desta sexta-feira, 21, o arcebispo de São Paulo (SP), Cardeal Odilo Pedro Scherer, falou sobre o acordo “Brasil-Santa Sé” e o bispo de Rio Grande (RS), Dom Ricardo Hoepers, apresentou as atualizações do Sínodo sobre a Sinodalidade.

Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo (SP) / Foto: Jaison Alves – CNBB Sul 4

Dom Odilo coordena a comissão de implementação do acordo “Brasil-Santa Sé” na CNBB. A comissão é integrada por vários bispos que ajudam a realizar iniciativas para que o acordo seja mais conhecido e aplicado.

O acordo foi assinado em 2008, no Vaticano, e entrou em vigor em 2009, tendo forma de lei em todo o território nacional. Reuniu, em 20 artigos, o que compete a temáticas religiosas, como o reconhecimento de títulos da Igreja.

“Neste acordo, estão contempladas várias questões de interesse da Igreja, mas também de interesse do Brasil. Primeiramente, o que mais importa, é o reconhecimento da presença da Igreja no Brasil como instituição publicamente reconhecida, o que, desde a Proclamação da República, não mais existia”.

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Segundo Dom Odilo, há um esforço, por parte da comissão, em divulgar o acordo que ainda é um “ilustre desconhecido”: livros, simpósios, cursos etc. “Há muito trabalho a se fazer para que os termos do Acordo sejam conhecidos e usufruídos pela instituição Igreja”.

Outra tarefa da comissão são eventuais complementações ao Acordo, o que se prevê, tendo-se constituído comissões bilaterais para introduzi-las em determinado artigo ou explicitar melhor determinado artigo. A nunciatura apostólica no Brasil (representação da Igreja no país) normalmente vai delegar isso à CNBB e ao Itamaraty, através dos seus órgãos competentes, fará o estudo também.

Dom Ricardo Hoepers, bispo de Rio Grande (RS) / Foto: Jaison Alves – CNBB Sul 4

Sínodo sobre a Sinodalidade

Após a colocação de Dom Odilo, Dom Ricardo Hoepers falou aos jornalistas sobre o tema do Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade. Segundo ele, essa experiência da Assembleia é também uma experiência sinodal. Recordou os últimos sínodos: sobre a família, a juventude e a Amazônia.

“O Papa nos convida agora para o Sínodo sobre o sínodo. É de fato um tempo favorável. Na sua sabedoria, o Santo Padre quer mostrar ao mundo a importância desta unidade eclesial. Sínodo significa caminhar juntos. Mas não é um caminhar juntos para qualquer direção, é uma clareza para onde estamos indo, e estamos indo para o próprio Cristo”.

Outubro de 2021 foi o início. A partir de então começou-se a organizar equipes diocesanas. Em primeiro lugar, foi criada uma equipe nacional para motivar, ajudar e acompanhar todo o trabalho que seria feito nas dioceses. O bispo lembrou ainda o cenário de pandemia, o que foi um desafio.

“Eu quero reconhecer oficialmente, como parte da equipe do Sínodo no Brasil, que as dioceses trabalharam, tanto que o resultado foi 96% das dioceses responderam a este primeiro momento que foi a etapa nacional”.

Segundo Dom Ricardo, as equipes foram bem fiéis e a equipe nacional fez a síntese que foi enviada para o Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), que reuniu a síntese de outros países. Depois, veio, então, o documento para a etapa continental. Aconteceram mais quatro assembleias, por região da América Latina, e foi feita uma síntese do Cone Sul. “Belíssima experiência, uma metologia orante, de escuta orante, e que nos fez realmente refletir sobre a riqueza deste momento histórico que estamos vivendo.”

O documento em nível continental foi terminado em março e enviado para a Secretaria Geral do Sínodo. A etapa atual é a preparação para o Sínodo que vai acontecer em Roma, de 4 a 28 de outubro. Segundo Dom Ricardo, os bispos já estão se preparando, nesta Assembleia, para escolher os representantes que participarão desta próxima etapa.

O bispo recordou, por fim, que haverá ainda duas etapas: uma em outubro próximo e outra em outubro de 2024, como aconteceu com o Sínodo sobre a Família. “É uma alegria muito grande, é um momento histórico muito grande. Sinodalidade, como já foi dito aqui, por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”, concluiu.

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