Os mártires de Cunhaú e Uruaçu, padre André de Soveral e padre Ambrósio Ferro e o leigo Mateus Moreira, podem ser os primeiros santos mártires brasileiros
Da Redação, com Rádio Vaticano
O Papa Francisco reconheceu a santidade, sem a necessidade de um milagre após a beatificação, dos padres André de Soveral e Ambrósio Ferro e do leigo Mateus Moreira, conhecidos como Mártires de Cunhaú e Uruaçu. Com esse processo, chamado de equipolência, o Brasil poderá ganhar em breve seus primeiros santos mártires.
O Arcebispo de Natal (RN), Dom Jaime Vieira Rocha, está em Roma até o dia 19 deste mês para tratar sobre o assunto com o Papa Francisco.
“O Papa Francisco autorizou a Congregação para a Causa dos Santos a continuar com o processo que levará a uma canonização por decreto como aconteceu com o beato Anchieta. Em se tratando de processos antigos e sendo martírio dispensa milagres. Nós estamos recebendo relatos de graças alcançadas e assim será com a graça de Deus possível a canonização, é o que esperamos”, diz o arcebispo.
Massacres no Rio Grande do Norte
Além deles, 28 fiéis foram massacrados no Rio Grande do Norte, por tropas a serviço dos calvinistas em 1645, durante a ocupação holandesa.
Os massacres ocorreram em 15 de julho em Cunhaú, atualmente município de Canguaretama, e no dia 3 de outubro, em Uruaçu, município de São Gonçalo do Amarante.
O que é a equipolência?
A “canonização equipolente” demanda três requisitos: a prova da constância e da antiguidade do culto ao candidato a santo, o atestado histórico incontestável de sua fé católica e virtudes, e a amplitude de sua devoção.
A praxe da equipolência goza do mesmo atributo de infalibilidade das canonizações ordinárias, nas quais são exigidos milagres. O Papa Francisco empregou recentemente este procedimento elevando aos altares, por decreto, Angela Foligno, Pedro Fabro e José de Anchieta.
Num passado mais remoto, no século XVIII, Prospero Lambertini, o Papa Bento XIV, usou da canonização equipolente para propor à veneração dos fiéis os santos Romualdo, Norberto, Bruno, entre outros.