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A sessão teve como propósito aprofundar os aspectos antropológicos e pastorais do trabalho, não só como uma chave essencial para a vida social, como o Beato João Paulo II escreveu na Laborem exercens, mas também como uma experiência central da vida familiar. O bispo lembrou que, assim como este encontro mundial demonstra, a família também é, de fato, o lugar para a gratuidade e celebração.
Dom Jean ressaltou que, em termos de experiência concreta, a família é o lugar onde o trabalho mantém todas as suas dimensões, tanto pessoal como social. “Certamente, somente um trabalho adequado permite que a família sobreviva e alcance todo o seu potencial. O trabalho, de fato, oferece para cada um dos membros da família a segurança necessária para crescer e se tornar cada vez mais o protagonista da vida da família”, disse.
Ele continuou ressaltando que a família é o lugar da comunhão por excelência do dom de Deus e da plenitude das relações interpessoais. Diante dessa importância da família, o bispo lembrou que esta é uma estrutura que precisa da proteção da lei, não como um lugar de privacidade, mas sim na medida em que serve como o núcleo de uma sociedade mais humana.
O trabalho
O presidente do Pontifício Conselho para a Família explicou que é neste contexto que as pessoas conseguem definir essas relações sociais que incluem a questão do trabalho e aí se encontra um lugar para todo tipo de ambigüidade e contradição: dom – posse; realização – potencial; serviço-opressão; respeito pelos outros – instrumentalização; formação de um patrimônio – a avareza.
Ele chamou atenção para o fato de que não existe trabalho que não inclua, direta ou indiretamente, uma orientação em relação aos outros. Ele destacou ainda que, dentro de uma visão de fé, o trabalho pode ser objeto de bênção e instrução do Criador para com os primeiros seres humanos, para quem cada coisa foi criada.
“Quando concluído em vista de Deus, sob o olhar do Pai, o trabalho reflete a sua santidade original e fortalece a pessoa e seu ser filial. É através de tal maturação que o homem se torna capaz de doar-se de forma privilegiada no seio da família".
O bispo completou dizendo que a santidade do trabalho é contradita por todas as atividades que visam diretamente a privar as pessoas dessa dimensão, oprimi-las por meio de estruturas sociais desumanas que as reduz a meros instrumentos de lucro.
“Quando alguém defende uma visão saudável do trabalho, a atividade dos pais assume um valor exemplar para as crianças. Pelo contrário, uma relação que está desequilibrada em termos de atividade profissional pode causar ferimentos graves para o relacionamento futuro entre as crianças e o trabalho. Desta forma, há um lugar apropriado para o trabalho dentro da célula familiar, como fruto de um amadurecimento pessoal e diário na vida do casal”, enfatizou Dom Jean.
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