Solidariedade

Campanha de Natal 2022 da ACN visa ajudar o Líbano e a Síria

Países vivem situação dramática; comunidades cristãs destes dois países serão apoiadas pela campanha da ACN

Da redação, com ACN

Foto: ACN

Diante da situação dramática no Líbano e na Síria, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) lançou uma campanha de Natal de ajuda emergencial para apoiar as comunidades cristãs destes dois países. A campanha “Compartilhando a esperança com os cristãos da Síria e do Líbano” apresenta histórias da vida real das lutas diárias de famílias e religiosos apenas para sobreviver.

“Nossos parceiros de projeto às vezes se sentem desanimados e cansados. Pensam que o mundo os esqueceu, mas mantêm um vislumbre de esperança. Afinal sabem que estamos com eles e que nossos benfeitores estão atendendo ao chamado. Eles sabem que faremos de tudo para ajudá-los a permanecer em suas terras, com condições dignas”, afirma Regina Lynch, diretora de projetos da fundação.

A campanha de ajuda de emergência da ACN inclui projetos como apoio médico a particulares e hospitais, apoio a doentes e idosos. Além disso há ajuda com alimentação e bens essenciais a famílias carentes, apoio financeiro a jovens e crianças em escolas em risco de encerramento. Os seminaristas contam com o apoio na formação, financiamento de atividades pastorais para estudantes universitários, ajuda a grupos de escoteiros, ajuda de subsistência e financiamento de retiros espirituais para religiosas e estipêndios de missa para sacerdotes.

Campanha visa apoiar países que estão sendo esvaziados

“Tanto o Líbano como a Síria, dois países bíblicos, estão sendo esvaziados de suas populações cristãs, devido às guerras e crises econômicas que os arruinaram, mergulhando as famílias na fome e na miséria. Muitas pessoas também estão desesperadas com a falta de perspectivas e a dificuldade de garantir uma educação para seus filhos. Sem a nossa ajuda, a população cristã veria na emigração a única solução possível”, explica Lynch.

Para além dos projetos de ajuda de emergência, a ACN tem vários programas que visam levar um pouco de alegria aos jovens e aos mais vulneráveis nesta época natalícia. No Líbano, um total de 14.000 crianças receberão um presente de Natal, além de agasalhos, graças aos diferentes projetos que operam no país. Na Síria, o maior projeto inclui o fornecimento de roupas de inverno para cerca de 30.000 crianças. Em Aleppo, um total de 1.500 crianças, doentes e idosos poderão participar das comemorações natalinas, com canções natalinas, peças teatrais e uma refeição, graças à assistência da ACN.

“Também é Natal na Síria e no Líbano, onde as crianças não têm a experiência de um Natal como antigamente, sem preocupações. Os adultos  há muito tempo não podem se sentar em volta de uma árvore de Natal e desfrutar de comida e presentes com suas famílias. Vamos fazer do Natal um momento de solidariedade com nossos irmãos e irmãs do Oriente Médio e este ano especialmente com nossos irmãos e irmãs da Síria e do Líbano!”, implora Lynch.

Explosão no Líbano levou país ao desespero

Depois de passar por vários conflitos, o Líbano vivia um momento relativamente próspero. Havia aberto suas portas para milhões de refugiados, principalmente da Síria, mas sofreu o maior colapso econômico de sua história. A explosão do Porto de Beirute, em 2020, foi o golpe final, levando o país ao desespero.

O Papa Francisco, por sua vez, qualificou a situação na Síria como um “escândalo”. O país ainda se encontra numa situação catastrófica devido à guerra que começou em 2011 e continua no norte do país. Enquanto isso, para a maior parte do mundo, a guerra e a consequente destruição, foram praticamente esquecidas.

“Pelo menos 90% da população da Síria vive abaixo da linha da pobreza, e no Líbano é mais de 70%. A situação é gravíssima, mas corre o risco de ficar escondida do mundo, agora que as atenções estão mais voltadas para a guerra na Ucrânia. Os relatórios que recebemos de padres e freiras são de partir o coração. Não podemos fazer ouvidos moucos”, diz o Diretor de Projetos da ACN. “A sobrevivência das populações cristãs na Síria e no Líbano – ambos mencionados no Antigo e no Novo Testamento, lar de Papas, doutores da Igreja e santos –, está em perigo. Temos que fazer o que pudermos”, diz Lynch.

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