Diálogo

Papa sobre a Guerra: “Quem governa não aprendeu a lição das tragédias do século XX”

Francisco disse que é necessário que a política e a economia, em constante diálogo entre si, coloquem-se a serviço da vida, da vida humana e da vida da criação, nossa Casa Comum. 

Da Redação, com Vatican News

O Papa junto aos membros da associação “Alma para o social nos valores da empresa” / Foto: Vatican Media

Nesta segunda-feira, 14, o Papa Francisco recebeu na Sala Clementina, no Vaticano, os membros da associação italiana “Alma para o social nos valores da empresa”, que tem por finalidade a promoção ética e social”. A associação tem vinte anos de fundação. 

“Hoje, mantendo o foco no bem comum, é necessário que a política e a economia, em constante diálogo entre si, coloquem-se a serviço da vida, da vida humana e da vida da criação, nossa Casa comum”, afirmou o Papa Francisco. Para ele, a grande crise financeira de 2007-2008 deveria nos ter impelido nesta direção: “Sim, houve uma reação positiva, mas me parece que essencialmente o mundo continuou e continua sendo governado por critérios obsoletos. Sem mencionar a esfera geopolítico-militar, onde várias guerras regionais e especialmente a guerra em andamento na Ucrânia, mostram que quem governa os destinos dos povos ainda não aprendeu a lição das tragédias do século XX.”

Para o Sumo Pontífice, os representantes de pequenas e médias empresas sabem como é difícil, neste contexto, desenvolver e criar emprego em conformidade com os valores éticos e de responsabilidade social: “Mas não devemos nos desanimar e nos resignar”, frisou o Papa, ressaltando que há quem pensa que “os critérios sociais e éticos são como uma “gaiola” que mortifica a liberdade e a criatividade econômica. Na realidade, é exatamente o oposto, ou pelo menos pode ser”.

Francisco afirmou ainda que se queremos um mundo com futuro habitável e digno do ser humano, a economia deve estar livre do poder das finanças e ser mais criativa na busca de formas de produção orientadas para uma ecologia integral. “Que a economia seja concreta, e não líquida ou gasosa, como é o perigo das finanças.”

Segundo o Papa, “a construção de uma nova economia, que respeite a dignidade humana e o meio ambiente, pode e deve começar de baixo. É preciso incentivar a comunicação e a partilha entre essas experiências, para que se forme uma rede capaz de impactar em níveis cada vez mais amplos”.

“Não se esqueçam de cuidar de sua própria alma, aquela que nos vem de Deus. Para isso é preciso resistir à tentação do ativismo e encontrar tempo para refletir, pensar e contemplar. É também por isso que a associação pode ser útil, com propostas. Mas é sobretudo uma exigência pessoal: cada um, se quiser animar, deve se deixar animar interiormente pelo bem, pelo belo e verdadeiro.” concluiu Francisco.

 

 

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