No Vaticano, o Santo Padre se encontrou com representantes do Templo de Wat Phra Cetuphon e recordou três ponto fundamentais discutidos à ocasião, entre eles o fato de ninguém se salvar sozinho
Da Redação, com Vatican News
O Papa Francisco recebeu, em audiência, nesta segunda-feira, 27, uma delegação de monges budistas tailandeses representantes do Templo de Wat Phra Cetuphon.
O encontro se realizou na Sala Clementina, no Vaticano, e, no início do discurso, o Pontífice ressaltou: “É um grande prazer para mim receber sua delegação nesta visita, que fortalece a nossa amizade duradoura”.
Em seguida, Francisco recordou sua viagem à Tailândia, de 20 a 23 de novembro de 2019, e o extraordinário acolhimento e hospitalidade com que foi recebido. “Mantenho viva a memória do Patriarca Supremo da Tailândia e peço-lhes que lhe transmita a minha saudação afetuosa”, disse o Pontífice.
O encontro na Sala Clementina
O Papa falou a propósito do Sétimo Colóquio Budista-Cristão realizado na Tailândia, em novembro passado, que reuniu mais de 150 participantes de várias partes da Ásia para refletir sobre o tema “Karuna e Ágape em diálogo para curar uma humanidade e a Terra feridas”.
Aos monges budistas, Francisco recordou as reflexões trazidas durante o colóquio, especialmente um dos três pontos fundamentais discutido à ocasião: “ninguém se salva sozinho; só podemos ser salvos juntos, pois estamos interligados e interdependentes”.
“Sim, hoje, nossa humanidade e a Terra, nossa Casa Comum, estão de fato feridas! Tantas guerras, tantas pessoas que perderam tudo e foram obrigadas a fugir. Tantas crianças afetadas pela violência”.
O Bispo de Roma continuou: “No entanto, acreditamos firmemente que, em meio a nuvens escuras, aqueles que estão profundamente arraigados em suas respectivas tradições religiosas e dispostos a trabalhar juntos podem levar um raio de esperança a uma humanidade desesperada”.
As reflexões do Colóquio Budista-Cristão
“À luz desta verdade, exorto-os a colaborar com todos: sociedade civil, membros de outras religiões, governos, organizações internacionais, comunidades acadêmicas e científicas e todas as outras partes interessadas a promover uma amizade que apoie a paz e a fraternidade e construa um mundo mais inclusivo”.
Em segundo lugar, durante o Colóquio, foi destacada “a importância de educar cada pessoa, especialmente os jovens e as crianças, nas relações de cuidado e atenção aos outros e ao ambiente”.
Por fim, foi afirmado: “Acreditamos que a oração e a meditação podem mudar as coisas, purificando nossos corações e mentes; gerando bondade, misericórdia e perdão onde há ódio e vingança, criando um espírito de respeito e cuidado pelos outros e pela terra”.
Francisco disse estar feliz pelo fato de que, na terça-feira, 28, a delegação de monges budistas tailandeses rezará pela paz na Basílica de Santa Maria em Trastevere, em Roma.
Por fim, o Sucessor de Pedro agradeceu aos monges budistas pelo gesto gentil de irem ao Vaticano, e “os encorajou a continuarem reavivando o diálogo e a colaboração, especialmente com a Igreja Católica na Tailândia, num espírito de amizade constante”.