Alerta do Papa foi em um discurso aos membros da organização italiana de voluntariado “Eu tive sede”
Da Redação, com Vatican News
Nesta segunda-feira, 21, o Papa Francisco recebeu em audiência, na Sala Clementina, no Vaticano, sessenta membros da organização italiana de voluntariado “Eu tive sede”. Este ano, a organização completa dez anos de fundação. Tendo sido criada em Modena, a organização realiza projetos humanitários em várias áreas do mundo e eventos culturais e sociais de conscientização no território italiano.
O Papa recordou o objetivo da organização “Eu tive sede”: levar água potável a quem não tem. Essas palavras de Jesus, “tornaram-se o seu nome e o seu lema”, destacou Francisco, que também afirmou que o acesso à água, especialmente água potável e limpa, é agora um ponto crítico para o presente e o futuro próximo da família humana: “É uma questão prioritária para a vida do planeta e para a paz entre os povos. Isso diz respeito a todos.”
Francisco destacou que, especialmente na África, existem populações que sofrem mais do que outras com a falta de acesso a esse bem primário, e também trouxe orientações de como os trabalhos devem ser feitos. “Por isso, vocês realizaram seus projetos humanitários na África, em muitos países, em diferentes regiões do continente. Isso é muito bonito. Também é algo muito bonito que os trabalhos sejam sempre realizados com trabalhadores locais e em colaboração com os missionários e as comunidades eclesiais do território.
A seguir, o Papa trouxe em seu discurso que: “A vida na Terra depende da água, e também nós, seres humanos. Todos precisamos da irmã água para viver”.
A realidade da guerra
Francisco ainda falou em relação à guerra: “Por que entrar em guerra por causa de conflitos que devemos resolver conversando como homens? Por que não unir nossas forças e nossos recursos para combater juntos as verdadeiras batalhas da civilização: a luta contra a fome e a sede; a luta contra doenças e epidemias; a luta contra a pobreza e a escravidão de hoje. Por quê?”
“Isso é um escândalo: os gastos com armas. Quanto se gasta em armas: é terrível! Não sei qual porcentagem do PIB, não sei, não tenho o valor exato, mas é uma porcentagem alta. Gasta-se com armas para fazer guerras, não só esta que é gravíssima e estamos vivendo agora, e a sentimos mais porque está mais perto, mas na África, no Oriente Médio, na Ásia, as guerras, continuam. Isso é grave. Criar a consciência de que gastar em armas, suja a alma, suja o coração, suja a humanidade.” Francisco acrescentou que gastar com armas significa tirar de quem precisa.
“Para que serve comprometermo-nos todos juntos, solenemente, a nível internacional, nas campanhas contra a pobreza, contra a fome, contra a degradação do planeta, se voltamos então ao velho vício da guerra, à velha estratégia do poder dos armamentos, que leva tudo e todos para trás?”, perguntou ainda Francisco.
O Papa disse que foi para ele uma surpresa encontrar um voluntariado tão forte na Itália. “Esta é sua herança cultural, italiana, que vocês devem preservar bem”, concluiu Francisco.