MIGRANTES E REFUGIADOS

Cinco anos da visita do Papa aos refugiados em Lesbos, na Grécia

Aniversário da visita do Papa à ilha grega, juntamente com o Patriarca Ecumênico Bartolomeu I e o Arcebispo Ortodoxo de Atenas, Ieronymos

Da redação, com Vatican News

O Patriarca Ecumênico Bartolomeu I recebe Francisco em sua visita a Lesbos / Foto: Alkis Konstantinidis – Reuters

A viagem do Papa Francisco a Lesbos, na Grécia, foi marcada pela tristeza, não pela alegria do encontro. O Papa, mesmo antes de tocar o solo grego, antecipou aos jornalistas a bordo do avião que faria sua visita aos refugiados e migrantes do campo de Morìa afirmando: “são os protagonistas da maior catástrofe humanitária desde a Segunda Guerra Mundial, eles fogem de guerras e violências”.

Francisco, Patriarca Bartolomeu e Arcebispo Ieronymus, três líderes religiosos, um ao lado do outro, caminharam entre as tendas do inferno daquele acampamento, abraçaram aquela humanidade ferida para tranquilizá-la de sua proximidade e para pedir ao mundo que não feche os olhos para o sofrimento dos que foram forçados a “fugir de situações de conflito e perseguição”, dos que “não são um número, mas um rosto e um nome e uma história”.

“Viemos para chamar a atenção do mundo para esta grave crise humanitária e para implorar sua resolução. Como homens de fé, queremos unir nossas vozes para falar abertamente em seu nome. Esperamos que o mundo esteja atento a estas situações de necessidade trágica e verdadeiramente desesperada, e responda de uma forma digna de nossa humanidade comum”

O convite de Francisco para “não perder a esperança”

Naquela viagem de abril de 2016 o Papa não esqueceu de mencionar o horror das mortes no mar, de crianças que nunca chegaram, de “vítimas de viagens desumanas e sujeitas à opressão de torturadores vis”. Nem esqueceu da generosidade do povo grego, com sua capacidade de responder ao sofrimento dos outros “apesar das graves dificuldades a serem enfrentadas”, mantendo “os corações e as portas abertas”. Francisco exortou a comunidade internacional a fazer o mesmo: a Europa, pátria dos direitos humanos, deveria ter seguido o exemplo do Bom Samaritano, ao “mostrar misericórdia para com os necessitados”, deveria ter trabalhado para remover as causas desta dramática realidade.

A declaração conjunta e o pedido de solidariedade

Os três líderes religiosos deixaram Lesbos confiando uma declaração conjunta à humanidade, solicitando, para a tragédia humanitária vivida pelos imigrantes, “uma resposta de solidariedade, compaixão, generosidade e um compromisso imediato e efetivo de recursos”.

Apelaram à comunidade internacional, pedindo a eliminação de rotas de viagem perigosas que atravessam o Mar Egeu e todo o Mediterrâneo, para providenciar “procedimentos de reassentamento seguro”. As últimas palavras de Francisco foram as de uma oração pelos migrantes, quando os confiou à misericórdia de Deus.

A história de Nour e Hasan

Aos 31 anos de idade, ela fugiu com sua família da periferia de Damasco. Depois de chegar à Turquia, embarcou em um barco inflável que os levou até Lesbos, na Grécia. Hoje Nour e sua família vivem em Roma, onde ela é bióloga no hospital pediátrico Bambino Gesù. Nour ainda tem muito claras em sua memória as imagens daquela partida para Roma, decidida apenas 24 horas antes. 

Nour se lembra do Papa sempre sorrindo e mostrando aos jornalistas a bordo “um desenho feito por um garoto que estava em Moría”.

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