Sínodo dos Bispos

Vaticano apresenta Documento Preparatório do Sínodo Pan-Amazônico

Disponível também em língua portuguesa, Documento está baseado no método do “ver, discernir e agir”

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

Coletiva de imprensa no Vaticano para apresentação do Documento Preparatório do Sínodo Pan-Amazônico em 2019 / Foto: Lizia Costa – Canção Nova Roma

O Vaticano apresentou nesta sexta-feira, 8, o documento preparatório para a assembleia especial do Sínodo dos Bispos para a região Pan-Amazônia, programado para outubro de 2019. O tema deste Sínodo será: “Amazônia, novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”.

A íntegra do documento foi publicado no site da Santa Sé e está disponível em cinco idiomas, entre eles o português. Trata-se de um subsídio que recolhe sugestões e propõe caminhos para uma preparação adequada para a Assembleia Sinodal.

“Novos caminhos de evangelização são pensados para e com o Povo de Deus que habita naquela região. Por este motivo, desde o início do caminho sinodal, a Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos trabalhou em estreita ligação com a Rede Eclesial Pan-Amazônica”, disse o secretário-geral do Sínodo dos Bispos, Cardeal Lorenzo Baldisseri, na coletiva de apresentação do documento nesta manhã.

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O cardeal ressalvou que, mesmo que o tema seja referente a um território específico, as reflexões superam o âmbito regional e pretendem fazer uma ponte com outras realidades geográficas semelhantes, como a Bacia do Congo, o corredor biológico centro-americano, as florestas tropicais da Ásia no Pacífico e o sistema aquífero Guarani. Também por isso o Sínodo será realizado em Roma, observou.

O Documento Preparatório é composto de uma introdução e três partes, que correspondem ao método do “ver, discernir e agir”, método já utilizado antes (no Sínodo sobre Família) com bons resultados, pontuou Cardeal Lorenzo. Ao final do Documento, há um questionário sobre o qual as igrejas locais trabalharão.

A primeira parte – Ver. Identidade e clamores da Pan-Amazônia – traça a identidade da região e a necessidade de escuta. Segundo o cardeal, os assuntos abordados nessa parte são: o território; a variedade sócio-cultural; a identidade dos povos indígenas; a memória histórica eclesial; a justiça e os direitos dos povos, bem como a espiritualidade e sabedoria dos povos amazônicos.

Já a segunda parte – Discernir. Para uma conversão pastoral e ecológica – diz respeito ao “discernir” novos caminhos a partir da fé em Jesus Cristo, à luz do Magistério e da Tradição da Igreja. “O conteúdo desta parte é marcado pelo anúncio do Evangelho na Amazônia, nas suas diversas dimensões: bíblico-teológica, social, ecológica, sacramental e eclesial-missionária”, informou.

O “agir” está contemplado na terceira e última parte do documento – Agir. Novos caminhos para uma Igreja com rosto amazônico. De acordo com o Cardeal Baldisseri, é o Papa Francisco quem indica o caminho para entender a expressão “rosto amazônico”.

Ele afirma em Puerto Maldonado: ‘Nós, que não habitamos nestas terras, precisamos da vossa sabedoria e dos vossos conhecimentos para podermos penetrar – sem o destruir – no tesouro que encerra esta região, ouvindo ressoar as palavras do Senhor a Moisés: «Tira as tuas sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é uma terra santa» (Ex 3, 5)”, recordou o secretário-geral do Sínodo dos Bispos.

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“A Igreja na Amazônia se prepara segunda uma ‘cultura do encontro’ para celebrar a Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos de outubro de 2019”, concluiu o cardeal Baldisseri.

A região pan-amazônica tem mais de 7,5 milhões de quilômetros quadrados e é partilhada por nove países: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, Suriname, Guiana e Guiana Francesa, envolvendo sete conferências episcopais.

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