Amazônia em pauta

Bispos discutem o Sínodo para a Amazônia em nova coletiva de imprensa

Dirigindo-se aos jornalistas neste oitavo dia da 56ª Assembleia, os bispos abordaram a situação da Amazônia

Thiago Coutinho, enviado especial a Aparecida (SP)

Sínodo na Amazônia foi o tema de destaque deste oitavo dia da 56ª Assembleia Geral da CNBB / Foto: Thiago Coutinho – CN

A coletiva de imprensa deste oitavo dia da 56ª Assembleia Geral dos Bispos da Conferência Nacional dos Bispos (CNBB) teve como tema a Amazônia e o sínodo dedicado a ela, a ser realizado em outubro de 2019. “É realmente algo novo que está acontecendo. O Papa havia se manifestado, desde que fora eleito, de que gostaria de ouvir os bispos da Amazônia. Em seu discurso quando viera à Jornada dos Jovens, no Rio de Janeiro, dissera que queria se reunir com estes bispos”, explicou Dom Claudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo (SP).

Esse Sínodo, segundo Dom Cláudio, visa encontrar novos caminhos e possibilidades de trabalho à Igreja na Amazônia. “Os primeiros interlocutores deste encontro serão os índios e os ribeirinhos, o povo mais pobre daquela região”, disse o arcebispo. “Temos duas grandes questões na Amazônia: a região por si só e a preservação e defesa deste lugar, o rio, a biodiversidade e o povo, para que não sejam degradados”, reiterou.

Trata-se, como salientou o religioso, de um encontro da Igreja. O Papa ouvirá os bispos e demais integrantes do corpo religioso, que deve ter o rosto indígena. “Uma Igreja inculturada. Pouco tem sido feito neste sentido de inculturação, que ainda está muito atrasada”, advertiu Dom Claudio. O arcebispo ainda acrescentou: “este Sínodo quer reforçar a ideia da Igreja em saída”.

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.: Cobertura da 56ª Assembleia Geral da CNBB

“Fala-se também de uma igreja indigenista, uma Igreja que luta pelo direito dos índios. Mas também queremos que os índios sejam os protagonistas, que a Igreja brote de dentro da cultura deste próprio povo. Achamos que este Sínodo pode se tornar um momento histórico, de grandes mudanças e novos horizontes na caminhada da Igreja na sociedade”, ponderou o arcebispo emérito de São Paulo.

Ação Social Transformadora

Dom Guilherme Werlang, bispo de Lages (SC), falou sobre a Ação Social Transformadora, projeto que auxilia a vida dos mais necessitados neste trabalho perpetuado pela Igreja. “Quando falamos de pastorais sociais, partimos sempre de uma única fonte: o Evangelho”, afirmou Dom Guilherme. “Nós nos orientamos pela palavra do Evangelho, que nos mostra o caminho que devemos seguir”.

Atualmente, segundo o bispo de Lages, existem mais de 30 pastorais sociais agindo em todo o país. “Gostaria de destacar dois pontos que estão nos chamando a atenção: a necessidade da realização de uma nova Semana Social brasileira, pois a última aconteceu em 2013. Uma outra grande temática que queremos atualizar é uma questão que surgiu nesta segunda Semana Social, trata-se de ‘O Grito dos Excluídos’. Precisamos nos aprofundar nele e dar voz àqueles que muitas vezes não a têm”, refletiu Dom Guilherme.

O compromisso da Igreja com os índios

A Igreja está atenta à delicada situação social dos mais necessitados no país, sobretudo o povo indígena, tema do Sínodo que acontecerá em outubro. Dom Roque Paloshi, arcebispo de Porto Velho (RO), apontou diversos casos em todo o Brasil da delicada situação em que se encontram os índios.

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