Ano Santo que começa no dia 8 de dezembro desse ano inclui eventos dedicados aos jovens, presidiários e doentes
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
A programação do Jubileu da Misericórdia, bem como o logotipo do Ano Santo, foi apresentada nesta terça-feira, 5, em coletiva de imprensa no Vaticano. Quem falou dos detalhes foi o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella – responsável pela organização do evento – e o subsecretário do mesmo organismo, Mons. Graham Bell.
Na coletiva, Dom Rino explicou que este Jubileu não pretende ser o Grande Jubileu do Ano 2000. Segundo ele, não tem sentido fazer comparações porque cada Ano Santo tem as suas peculiaridades e finalidade. Ele informou ainda que, pela primeira vez ainda, na história dos Jubileus, é oferecida também a possibilidade de abrir a Porta Santa – Porta da Misericórdia – nas próprias dioceses, particularmente na Catedral ou numa igreja especialmente significativa ou num Santuário nomeadamente importante para os peregrinos.
O Jubileu da Misericórdia, que já tem um site oficial, terá início no dia 8 de dezembro de 2015, solenidade da Imaculada Conceição, que marca a abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro. O encerramento será em 20 de Novembro de 2016, Solenidade de Jesus Cristo, Senhor do Universo. Entre estas duas datas serão realizados diversos eventos.
O calendário do Ano Santo inclui eventos que envolvem grande quantidade de pessoas, como o que será realizado de 19 a 21 de janeio de 2016, dedicado a todos aqueles que trabalham na peregrinação. “É um sinal que pretendemos dar para deixar claro que o Ano Santo é uma verdadeira peregrinação e deve ser vivida como tal. Pediremos aos peregrinos para fazer um percurso a pé, preparando-se assim para atravessar a Porta Santa com o espírito de fé e de devoção”, destacou Dom Rino.
No dia 3 de abril haverá uma celebração destinada a todas as pessoas revestidas da espiritualidade da misericórdia (movimentos, associações, institutos religiosos). Os envolvidos no voluntariado caritativo também terão um evento dedicado a eles, no dia 4 de setembro. Da mesma forma, pensou-se na esfera da espiritualidade mariana, que terá o seu dia em 9 de outubro para celebrar a Mãe da Misericórdia. Para o público jovem, especificamente os adolescentes que, após o Crisma são chamados a professar a fé, haverá um evento no dia 24 de abril.
Outro evento será destinado aos diáconos que, por vocação e ministério, são chamados a presidir à caridade na vida da comunidade cristã. Para eles haverá o Jubileu em 29 de Maio. No 160º aniversário da Festa do Sagrado Coração de Jesus, em 3 de Junho, será celebrado o Jubileu dos Sacerdotes. Em 25 de Setembro será o Jubileu dos catequistas e das catequistas. O dia 12 de Junho será marcado por um grande encontro dirigido a todos os doentes, às pessoas com deficiência e àqueles que com amor e dedicação cuidam deles.
Em novembro, no dia 6, será celebrado o Jubileu dos presos. Dom Rino explicou que a celebração desse dia não acontecerá apenas nas prisões, mas está sendo estudada a possibilidade de alguns prisioneiros poderem celebrar esse momento com o Papa Francisco, em São Pedro.
Em meio a essa programação, haverá sinais simbólicos por parte do Santo Padre para atingir as “periferias existenciais” e, assim, dar testemunho pessoal da proximidade e atenção aos que precisam de ternura. Bispos e padres são chamados a fazerem, em suas dioceses, o mesmo sinal em comunhão com o Papa, para que o sinal concreto da misericórdia e da proximidade da Igreja chegue a todos.
Pensando nos peregrinos que forem a Roma individualmente, a organização do Jubileu da Misericórdia vai destinar algumas igrejas do centro histórico para que eles sejam acolhidos e vivam momentos de oração e preparação para atravessar a Porta Santa.
Logotipo
O lema do Jubileu da Misericórdia foi tirado do Evangelho de Lucas (Lc 6,36), Misericordiosos como o Pai. O logotipo é obra do padre M. I. Rupnik. A imagem – muito querida da Igreja primitiva, porque indica o amor de Cristo que realiza o mistério da sua encarnação com a redenção – mostra o Filho que carrega aos seus ombros o homem perdido. O desenho é feito de tal forma que realça o Bom Pastor que toca profundamente a carne do homem e o faz com tal amor capaz de lhe mudar a vida.
Além disso, um detalhe não é esquecido: o Bom Pastor com extrema misericórdia carrega sobre si a humanidade, mas os seus olhos confundem-se com os do homem. Cristo vê com os olhos de Adão e este com os olhos de Cristo. Cada homem descobre assim em Cristo a própria humanidade e o futuro que o espera.
A cena é colocada dentro da amêndoa, também esta é uma figura querida da iconografia antiga e medieval que recorda a presença das duas naturezas, divina e humana, em Cristo. As três ovais concêntricas, de cor progressivamente mais clara para o exterior, sugerem o movimento de Cristo que conduz o homem para fora da noite do pecado e da morte. Por outro lado, a profundidade da cor mais escura também sugere o mistério do amor do Pai que tudo perdoa.