2015 - 2025

Símbolo do drama migratório, morte de Alan Kurdi completa 10 anos

Em 2015, imagem do pequeno refugiado sírio encontrado sem vida na praia de Bodrum, na Turquia, provocou onda de comoção e indignação

Da Redação

Foto: REUTERS/Azad Lashkari

A morte do pequeno Alan Kurdi, de apenas três anos, comoveu o mundo. O pequeno, que era refugiado sírio, foi encontrado sem vida na praia de Bodrum, na Turquia. Era 2 de setembro de 2015 e, naquele naufrágio, morreram outras 11 pessoas, entre elas o irmãozinho de Alan, Ghalib, de cinco anos, e a mãe, Rehanna.

A foto que mostrava o corpinho deitado de barriga para baixo, embalado pela maré, quase como se estivesse dormindo, logo apareceu nos sites de notícias de todo o mundo e, no dia seguinte, nas primeiras páginas dos jornais. A imagem tirada por Nilufer Demir provocou uma onda de comoção e indignação.

Em 2015, após ser informado da morte de Alan, o Papa Francisco fez um apelo, no Angelus de 6 de setembro, pela acolhida dos refugiados.

“Face à tragédia de dezenas de milhares de refugiados que fogem da morte devido à guerra ou à fome, e estão a caminho rumo a uma esperança de vida, o Evangelho chama-nos, pede-nos que estejamos «próximos» dos mais pequeninos e abandonados. A dar-lhes uma esperança concreta. Não dizer apenas: ‘Coragem, paciência!…’. A esperança cristã é combativa, com a tenacidade de quem caminha rumo a uma meta segura”.

No dia seguinte, o Santo Padre, em entrevista ao programa televisivo “Che tempo che fa”, conduzida por Fabio Fazio no canal RAI 3, recordou a morte dos 12 refugiados sírios, incluindo Alan Kurdi. “Isto é um sinal da cultura da indiferença”, disse o Papa na época. Francisco também acrescentou que era “um problema de categorização”: as guerras, em primeiro lugar; pessoas, em segundo lugar.

Encontro do Papa com o pai de Alan Kurdi

Em 2021, Francisco encontrou-se com de Alan Kurdi, Abdullah Kurdi – único sobrevivente da família. O Pontífice passou um bom tempo com ele. Com a ajuda do intérprete, o Santo Padre escutou a dor do pai pela perda da família, e expressou sua profunda participação e a de Deus no sofrimento de Abdullah.

Abdullah expressou a sua gratidão ao Papa pelas palavras de proximidade com sua tragédia. O homem recordou também os muitos migrantes que buscam compreensão, paz e segurança, deixando seu país e colocando suas vidas em risco. O homem presenteou Francisco com uma imagem que recorda seu filho.

A família de Alan

A família de Alan já havia mudado de cidade em várias oportunidades, na fuga desesperada do autoproclamado Estado Islâmico, vindo a se estabelecer na Turquia em 2014, onde Abdullah havia conseguido um trabalho.

Em 2015, haviam retornado para o Curdistão iraquiano, mas diante de nova ofensiva do EI, retornaram a Turquia, e daí a decisão de atravessar o Mar Mediterrâneo.

Símbolo do drama de migrantes e refugiados

A morte de Aylan Kurdi tornou-se um símbolo do drama vivido por milhares de migrantes e refugiados que fugiam da guerra, da violência, da fome e da falta de perspectiva.

Em 16 outubro 2017, Dia Mundial da Alimentação, o Papa Francisco presenteou a FAO com uma escultura em mármore do pequeno Alan, obra do artista trentino, Luigi Prevedeln. Francisco havia recebido a estátua de presente durante uma Audiência Geral.

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