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Papa recebe migrante que perdeu esposa e filha mortas no deserto

Migrante de Camarões perdeu sua família em julho deste ano, depois de ser detido e levado de volta ao deserto entre a Líbia e a Tunísia pelas autoridades tunisianas

Da Redação, com Vatican News

Foto: Divulgação Sala de Imprensa da Santa Sé

O Papa Francisco recebeu, na Casa Santa Marta, no final da tarde desta sexta-feira, 17, o senhor Mbengue Nyimbilo Crepin, mais conhecido como Pato. Natural de Camarões, ele perdeu a mulher, Matyla, e a filha, Marie, de seis anos, na viagem rumo à Itália.

Pato estava acompanhado pelo padre Mattia Ferrari, que, como capelão, participou de muitas missões de resgate da “Mediterranea Saving Humans”. Com eles, estavam alguns migrantes e colaboradores de associações e realidades comprometidas com o acolhimento e integração de refugiados, que de várias maneiras ajudaram a facilitar a chegada de Pato à Itália. Também presente o Cardeal Michael Czerny, Prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.

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Pato perdeu sua família em julho deste ano, depois de ser detido e levado de volta ao deserto entre a Líbia e a Tunísia pelas autoridades tunisianas. Junto a outras 30 pessoas, sem água e com um calor de 50 graus, o grupo se separou e sua esposa e filha acabaram não resistindo às duras condições.

Em um clima de comoção por sua história, o Papa Francisco ouviu palavras de gratidão pelo encontro e relatos dolorosos das milhares de pessoas que sofrem em sua tentativa de chegar à Europa.

David, do Sudão do Sul, que trabalha ao lado de prisioneiros em campos de detenção no norte da África, agradeceu ao Papa por seu encorajamento e pronunciamentos em favor dos migrantes. “O senhor não nos dá apenas um sonho, o senhor nos acolhe”.

Ao cumprimentá-los, depois de ouvir suas palavras, o Papa Francisco se dirigiu a Pato, com um pensamento por sua esposa e filha: “Rezei muito por elas”. Agradeceu aos presentes por seu compromisso e lembrou o privilégio de ter nascido em lugares onde se pode estudar, trabalhar. “O privilégio é uma dívida”, disse ele, “o que vocês fazem não é um bônus, é um dever”.

Por fim, antes de se despedir, o Papa Francisco rezou pelos presentes, pedindo ao Senhor que cuide daqueles que “trabalham para os outros”, daqueles que não puderam vir, dos que estão em campos de detenção e “dos muitos, muitos que sofrem”.

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