OSCE

Santa Sé: terrorismo e extremismo são uma ameaça generalizada

Representando a Santa Sé, Dom Janusz, participou da videoconferência realizada em Viena, pela OSCE, sobre a luta contra o terrorismo

Da redação, com Vatican News

Foto: Fred Moon -Unsplash

O Observador Permanente da Santa Sé junto à OSCE, a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, Dom Janusz S. Urbańczyk, participou da videoconferência realizada em Viena sobre a luta contra o terrorismo. Durante o seu pronunciamento reiterou que “a Santa Sé condena firme e inequivocamente o terrorismo em todas as suas formas e manifestações. Nenhuma razão ideológica, política, filosófica, racial, étnica ou religiosa pode justificar o recurso ao terrorismo, pois ele viola a dignidade, os direitos humanos e o direito humanitário internacional e põe em perigo a estabilidade, a coesão da sociedade e o desenvolvimento, ao mesmo tempo em que ameaça a paz e a segurança internacional”.

“Devemos reconhecer que o terrorismo e o extremismo são uma ameaça generalizada que pode afetar qualquer pessoa e por esta razão somos chamados a dar uma resposta comum”, enfatizou Dom Urbańczyk. “Portanto, é essencial tomar medidas eficazes para evitar todas as formas de radicalização, especialmente entre os jovens, como o recrutamento, treinamento e financiamento de potenciais terroristas”. De acordo com o prelado, uma resposta duradoura não pode consistir apenas em medidas policiais ou de segurança. 

Cultivar a cultura do encontro

“A fim de evitar a radicalização e o extremismo, devemos cultivar uma cultura de encontro que estimule o respeito mútuo e promova o diálogo, levando a sociedades pacíficas e inclusivas”, destacou o bispo, ressaltando que “o sucesso ou o fracasso de nossos esforços contra o terrorismo é em grande parte baseado em iniciativas locais. Os governos locais e as organizações de base estão de fato na linha de frente, pois estão diretamente envolvidos na mobilização dos jovens contra o terrorismo ao proporcionar-lhes educação e trabalho, evitando assim sua radicalização. A cooperação internacional deve, portanto, apoiar os esforços dos componentes locais”.

Assegurar a liberdade de expressão e de participação dos jovens

Segundo o Observador Permanente da Santa Sé, o respeito pelas ideias e pela liberdade de expressão e participação dos jovens é vital para derrotar o extremismo, pois canaliza suas reivindicações através de processos democráticos, amortecendo assim os impulsos de violência. Quanto ao compromisso da Santa Sé, o prelado lembrou que está comprometido com os líderes de outras religiões e suas comunidades para prevenir o extremismo e a violência, promovendo um sincero diálogo inter-religioso e intercultural e uma profícua colaboração.

Envolver as comunidades locais

Dom Urbańczyk lembrou que o terrorismo e a violência são frequentemente impulsionados por fatores econômicos, políticos e socioculturais, e que alimentam os protestos dos que se encontram em situações de marginalização. “Os esforços contra o terrorismo devem, portanto, envolver as comunidades locais, os governos locais e as organizações de base, incluindo organizações religiosas e líderes religiosos. Eles proporcionam um ambiente cultural que impede a radicalização dos jovens”.

O bispo pediu à comunidade internacional que trabalhe com as autoridades, a sociedade civil e as comunidades religiosas locais para promover o desenvolvimento, a educação, proteger os direitos humanos e impedir a propagação da propaganda terrorista. “Tolerância e inclusão só serão alcançadas através de uma forte promoção do direito à liberdade de consciência, religião e crença, conforme foi sancionado na Declaração Universal dos Direitos Humanos e nos Acordos de Helsinque”.

Preservare e tutelare la libertà religiosa

Por fim, o bispo Urbańczyk chamou a atenção para a distinção entre as esferas política e religiosa que, em sua opinião, “deve ser promovida a fim de preservar tanto a liberdade religiosa de todas as pessoas quanto o papel insubstituível da religião na formação das consciências e na criação de um consenso ético básico na sociedade”. Também porque, ponderou: “A falta de respeito e de garantia da liberdade de consciência, religião e crença encorajam uma atmosfera propícia à violência e ao extremismo. Portanto, é indispensável assegurar que as medidas para prevenir o terrorismo respeitem escrupulosamente o direito à liberdade religiosa e de crença e reconheçam que as atividades humanitárias legítimas das organizações baseadas na fé contribuam positivamente para a prevenção da violência e da radicalização”.

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