declaração

Santa Sé afirma que corrupção é perigo real para a paz e a segurança

Na assembleia da OSCE, Núncio Apostólico na República Tcheca adverte: fundos liberados para combater a pandemia têm atraído atividades criminosas

Da redação, com Vatican News

A luta contra a corrupção foi o tema principal da declaração da Santa Sé no 28º Fórum Econômico e Ambiental da OSCE (Organização para Segurança e Cooperação na Europa), que será concluído nesta sexta-feira, 11, em Praga, na República Tcheca. O documento, entregue nesta quinta-feira, 10, pelo Núncio Apostólico na República Tcheca, Dom Charles Balvo, responsável pela delegação vaticana, reitera que “a corrupção é um perigo real para a paz e a segurança”.

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Preocupa também a Santa Sé o fato de que “a enorme quantidade de fundos liberados para combater a pandemia da Covid-19 tenha atraído as atividades criminosas”, com o risco de que “aqueles que mais precisam de apoio financeiro permaneçam sem a ajuda necessária”. “Devemos ser honestos”, afirma a instituição, “e reconhecer que a corrupção ocorre, em diferentes graus, em cada um dos Estados participantes da OSCE”, pois somente reconhecendo a existência dessa chaga “seremos capazes de combatê-la”.

Soluções voltadas para o bem comum

A Santa Sé convida a encontrar “soluções novas e renovadas”, no contexto atual da pandemia, ou seja, soluções que “não criem divisões, não sejam politizadas ou parciais, mas que busquem, realmente, o bem comum e o desenvolvimento humano integral de todos”. Nesta perspectiva, a Santa Sé recorda que, em 1º de junho deste ano, o Papa Francisco promulgou um Motu proprio sobre transparência, controle e concorrência nos procedimentos para a adjudicação de contratos públicos pela Santa Sé e pelo Estado da Cidade do Vaticano, com o objetivo de reduzir consideravelmente o perigo de corrupção daqueles que são chamados a governar e administrar os órgãos vaticanos. Esta decisão do Pontífice, lê-se no texto de dom Balvo, “leva ao centro da chaga da corrupção, ou seja, ao fato de que “quando os funcionários civis roubam ou se apropriam indevidamente de fundos públicos”, tudo isso “afeta toda a comunidade a que servem”.

Transparência na gestão dos assuntos públicos

Se, de fato, a gestão dos “assuntos públicos” carece de “transparência e responsabilidade”, prossegue a delegação da Santa Sé, o progresso econômico sólido e duradouro e a segurança estão comprometidos”, ou até mesmo “completamente anulados”. O Núncio Apostólico na República Tcheca exorta a combater a corrupção também com a cultura, educação, formação e participação cidadã. Para Dom Charles, as leis são necessárias, mas não suficientes. O que é necessário, conclui, é “agir com coragem para abalar as consciências”, para que elas passem “da indiferença generalizada à percepção da gravidade desses fenômenos, de modo a combatê-los”.

 

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