Arcebispo de Viena

Para cardeal, é preciso ter "olhar benévolo" com as famílias

O Arcebispo de Viena, Cardeal Christoph Schönborn, disse que é preciso deve ter olhar benévolo com as famílias contemporâneas

Da redação, com Rádio Vaticano

Com o processo sinodal sobre a família, que acontece desde o ano passado, o Papa Francisco quis, “em primeiro lugar, encorajar-nos a olhar para a beleza e a importância vital do matrimônio e da família com o olhar do Bom Pastor que se faz próximo de cada um de nós”.

Esta é uma das conclusões do Arcebispo de Viena, Cardeal Christoph Schönborn, em entrevista ao diretor de revista italiana “La Civiltà Cattolica”, padre Antonio Spadaro, publicada em sua última edição.

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O cardeal ressalta que no tocante à realidade familiar não se deve ter um olhar crítico que evidencia toda e qualquer falha, “mas um olhar benévolo que vê quanta boa vontade e quanto esforço existem, mesmo em meio a muitos sofrimentos”.

Isso porque, segundo ele, apesar de todas as crises e todas as ideologias, o matrimônio e a família permanecem a célula fundamental da vida humana e da sociedade.

“O desafio que o Papa Francisco nos lança é crer que, dotados dessa coragem que nos vem da simples proximidade, da realidade cotidiana das pessoas, não nos distanciamos da doutrina. Não corremos o risco de diluir a sua riqueza caminhando com as pessoas, porque nós mesmos somos chamados a caminhar na fé”, disse o cardeal.

Dom Schönborn observa ainda que muitas vezes teólogos e pastores se esquecem que a vida humana se realiza nas condições colocadas por uma sociedade, num quadro histórico. “No fundo, nos é pedido um ato de fé: aproximar-nos, como Jesus, da multidão sem ter medo de ser tocado por ela”, frisa.

Casais em situação irregular

Em relação aos casais em situações irregulares, como os de segunda união, o Cardeal Schönborn ressalta que existem “caminhos de cura, de aprofundamento, caminhos em que a lei é vivida passo a passo”.

O Papa Francisco, reitera o arcebispo, pede a todos os pastores que acompanhem as pessoas que se encontram em situações matrimoniais irregulares. “Muitos esperam soluções gerais, enquanto a atitude do Bom Pastor é, sobretudo, acompanhar as pessoas que vivem um divórcio e um novo matrimônio em suas situações pessoais”, destaca.

“Em primeiro lugar, é preciso observar, antes de julgar. Ademais, é preciso sempre ver também o que há de positivo, até mesmo nas situações mais difíceis. Sei que escandalizo alguém dizendo isso, mas se pode sempre aprender algo das pessoas que, objetivamente, vivem em situações irregulares. O Papa Francisco quer educar-nos a isso”, afirma.

Uniões homoafetivas

Por fim, o arcebispo de Viena responde sobre as pessoas com orientação homossexual. Para o Cardeal Schönborn, “se pode e se deve respeitar a decisão de criar uma união com uma pessoa do mesmo sexo”, mas “se nos é pedido, se se exige que a Igreja diga que isso é um matrimônio, então devemos dizer: non possumus”.

Isso “não é uma discriminação das pessoas: distinguir não significa discriminar. Isso não impede, absolutamente, de ter um grande respeito, uma amizade, ou uma colaboração com casais que vivem esse tipo de união, e sobretudo não desprezá-los”, pondera o arcebispo de Viena, Cardeal Schönborn.

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