Desafio

Papa critica situação da comunidade internacional

Bento XVI lançou hoje um olhar crítico sobre a situação da comunidade internacional, lamentando os problemas levantados a centenas de milhões de pessoas pelos dramas da fome, da guerra, da violência e do subdesenvolvimento. O Papa Bento XVI considerou hoje "inaceitável" o "escândalo da fome" e pediu para "eliminar" as causas das "disfunções da economia mundial". Em seu discurso ao corpo diplomático creditado no Vaticano, o Papa afirmou que o "escândalo da fome, que tende a agravar-se, é inaceitável num mundo" que possui bens e conhecimentos para enfrentá-lo.

Entre as questões essenciais, ele definiu, estão “as milhões de pessoas, especialmente mulheres e crianças, às que faltam água, comida e um teto”. “O escândalo da fome, que tende a agravar-se, é inaceitável num mundo que dispões dos bens, dos conhecimentos e dos meios para lhe pôr fim”, afirmou. Bento XVI pediu mudanças no modo de vida e "eliminar as causas estruturais das disfunções da economia mundial", para corrigir os "modelos crescimento" incapazes de "garantir o respeito ao ambiente, o desenvolvimento integral e também para o futuro".

Na linha do que tinha feito na Mensagem para o Dia Mundial da Paz 2007, Bento XVI apontou o dedo aos “contínuos atentados contra a vida, desde a sua concepção à morte natural”, recordando também as crises humanas e os fenômenos migratórios. Violência O Papa condenou a “violência terrível que sangrenta no Iraque” e lembrou as “legítimas preocupações da comunidade internacional” a respeito do programa nuclear do Irã. Bento XVI falou da “crise política” que afeta o Timor Leste, classificando-a como sinal de “uma certa fragilidade dos processos de democratização”, visível também em outros países. No Timor, a Igreja Católica quer “continuar a oferecer a sua contribuição nos setores da educação, da saúde e da reconciliação nacional”. O discurso alertou para os “perigosos focos de tensão” na Península da Coréia, apelando à “reconciliação” do povo coreano.

Ao “evitar os gestos que possam comprometer as conversações”, disse o Papa, é preciso não condicionar as ajudas humanitárias destinadas às populações mais vulneráveis da Coreia do Norte. Vietnã, Afeganistão ou Sri Lanka foram outros dos países que mereceram um olhar atento.

Sobre a situação genérica no Médio Oriente, Bento XVI frisou que “os libaneses têm o direito de ver respeitada a sua integridade e soberania; os israelitas têm direito de viver em paz no seu Estado; os palestinos têm o direito a uma pátria livre e soberana”. Sobre a América Latina, o Papa falou de Cuba, saudou a “melhoria de alguns índices econômicos” no Brasil e pediu o esforço de todos na “pacificação” da Colômbia. As dificuldades vividas na África mereceram, da parte do Papa, um olhar particularmente atento.

Depois de lembrar que os países desenvolvidos se comprometeram a destinar 0,7% do seu PIB para ajudas internacionais, Bento XVI elencou os dramas vividos no Darfur, Uganda, Costa do Marfim e as regiões dos Grandes Lagos, a África Austral e o chamado corno de África. Em conclusão, Bento XVI deixou votos de que as várias instâncias responsáveis pela comunidade internacional saibam "trabalhar para a construção de um humanismo integral, o único que pode assegurar um mundo pacífico, justo e solidário".

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