Mais de 500 incêndios

Incêndios em Portugal: Igreja pede mudança de mentalidade

Mais de 500 incêndios deflagraram neste domingo no norte de Portugal e da Espanha

Da redação, com Agência Ecclesia

O secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) apelou nesta segunda-feira, 16, à “mudança de mentalidade” na prevenção dos incêndios e afirmou que é de lamentar a “calamidade” dos incêndios que continuam ativos, manifestando solidariedade às vítimas.

“É apelar a que haja mudança de mentalidade, esta prevenção, e também apelar a que as entidades hajam de acordo em relação aos responsáveis e o próprio Governo já disse que há mão criminosa nisto tudo”, disse o padre Manuel Barbosa.

O arcebispo de Braga, Dom Jorge Ortiga, também falou sobre a calamidade em sua conta da rede social Twitter.  “Portugal está a arder! Basta de discursos e boas intenções! É imperioso apurar responsabilidades e agir”, defendeu o bispo.

Centenas de incêndios

Pelo menos 27 pessoas morreram em Portugal nos mais de 500 incêndios que deflagraram neste domingo, revelou a Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC).

Segundo a ANPC, este domingo foi o pior dia do ano em número de incêndios ativos.

O porta-voz da CEP observou que é “impensável que isto aconteça”, considerando “dever do Estado cuidar” das populações afetadas, prevenir e “agora atender, acorrer às situações mais calamitosas”.

“É dever do Estado e tem de o fazer, não se pode demitir das suas responsabilidades”, frisou o padre Manuel Barbosa. “Já estamos em outubro, as coisas vão correndo e infelizmente o tempo tem proporcionado a continuação desta calamidade, mas não pode ser”, acrescentou.

 

O padre Manuel Barbosa realçou punir mãos criminosos “de acordo com o crime” e “tratar das florestas, não só no gabinete mas no terreno”.

“Todas as entidades, todos aqueles que estão envolvidos, estejam sintonizados com tudo isso”, pediu.

O sacerdote salientou a disponibilidade da Igreja Católica, de “todas as instituições”, e deu como exemplo o bispo da Guarda, D. Manuel Felício, que presidiu este domingo a uma Missa na igreja de Vinhó onde esteve cercado pelas chamas e pediu soluções manifestando disponibilidade para vigiar o “património”.

Neste contexto, o porta-voz da CEP deu também como exemplo, em Gouveia, o convento das religiosas e o seminário dos padres de São João Batista, em risco de arder, que manifestaram uma “atitude de solidariedade, a ajudar, apoiar as populações”.

“Apelo a que estes princípios sejam concretizados, levados à prática, apurando responsabilidades, prevenindo, combatendo incêndios e continuando esta onda que tem de ser de solidariedade para com as vítimas que infelizmente continuam a acontecer”, desenvolve o padre Manuel Barbosa.

A Conferência Episcopal Portuguesa publicou a 27 abril deste ano a nota pastoral ‘Cuidar da casa comum – prevenir e evitar os incêndios’, onde alerta para o “flagelo” dos incêndios e pedia a toda a sociedade que se mobilize para contrariar uma “chaga” de “proporções quase incontroláveis”.

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