A Europa de amanhã precisa de políticas educativas que apontem para o desenvolvimento integral da pessoa numa perspectiva intercultural e de maior coesão social, sustenta a Santa Sé. É o que sublinhou na sua intervenção D. J. Michael Miller, secretário da Congregação para a Educação Católica, e chefe da delegação da Santa Sé na 22ª Sessão da Conferência permanente dos ministros europeus de Educação, que teve lugar nos dias 4 e 5 de Maio em Istambul, Turquia, dentro das atividades do Conselho da Europa.
O encontro serviu para centrar a atenção nos direitos das crianças desde um ponto de vista educativo, e sobre a base de políticas dirigidas a sublinhar que a educação deve ser um veículo eficaz para o diálogo entre culturas, a compreensão recíproca e o respeito das diferenças, além de sublinhar o valor essencial de uma educação qualificada numa sociedade mais humana e equitativa.
A conferência ofereceu também a oportunidade de debater o desafio que o velho continente terá de enfrentar nos próximos anos: «construir uma Europa mais humana e compreensiva», à luz de políticas educativas capazes de enfrentar as questões que apresenta a crescente multiculturalidade». Este tema insere-se também nos objetivos estratégicos definidos pelo Plano de Ação adotado na Terceira Reunião de Chefes de Estado e de Governo do Conselho da Europa, celebrada em Varsóvia nos dias 16 e 17 de Maio de 2005.
«A conquista deste objetivo implica necessariamente uma sociedade capaz de respeitar a dignidade de cada pessoa humana, uma sociedade que tem como meta indispensável proporcionar uma educação de qualidade para todos», comentou no seu discurso o secretário da Congregação para a Educação Católica.
Por «educação de qualidade», acrescentou, deve-se entender alguns objetivos educativos como «o desenvolvimento cognoscitivo, moral e espiritual dos estudantes; a transmissão de valores e cultura; a promoção da coesão social; e o crescimento da personalidade do estudante em todas as dimensões», acrescentou. «Também uma educação integral deveria ajudar a formar uma nova geração na participação social, na solidariedade e numa compreensão crítica da realidade», afirmou. «Uma sociedade mais humana e compreensiva deve cuidar de seus membros mais frágeis. A atenção das políticas educativas aos direitos da criança é um aspecto significativo desta tutela.
Através da educação, uma criança deverá ser ajudada a satisfazer as suas necessidades afetivas e educativas», acrescentou. «Uma educação autêntica deveria ensinar às novas gerações o respeito pelas outras culturas e promover o reconhecimento da riqueza da sua história e dos seus valores», sublinhou.