Discurso na ONU

"Economia deve estar a serviço do homem, e não o contrário"

O observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, Dom Celestino Migliore, fez nesta segunda-feira, 6, mais um pronunciamento na 63ª sessão da Assembléia Geral da Organização.

O Arcebispo iniciou seu discurso expressando preocupação pela proliferação das armas leves, dos conflitos civis e da atividade terrorista. "Muitos acreditam que a violência e as guerras podem substituir a cooperação e o diálogo em prol do bem comum. Indo além das citadas "falências" da humanidade, seria oportuno focalizar a atenção nas causas desta conjuntura, observou o Bispo. Para enfrentá-las, Dom Celestino, sugere partir da sábia frase de Paulo VI, de 40 anos atrás: "o desenvolvimento é o novo nome da paz". E recorda que desde então, muitas das metas desejadas, como a globalização da solidariedade, não foram alcançadas.

A este ponto, o Arcebispo Migliore, recomendou que a próxima Conferência para o Desenvolvimento, prevista para Doha, no Catar, "seja uma oportunidade para a comunidade renovar suas promessas e a cooperação entre países ricos e pobres. A delegação da Santa Sé, trabalhará com os participantes do encontro para por a economia global a serviço das pessoas, e não o contrário".

Lembrando os 60 anos da declaração pelos direitos humanos, o observador frisou que, "os direitos da liberdade de pensamento, consciência e religião estão na base do sistema. No entanto, é freqüente que sejam subestimados em controvérsias políticas, e as vozes dos discriminados são ouvidas somente quando são altas demais para serem ignoradas".

Sobre a Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas, o observador pediu aos delegados: "incrementem seu esforço por um maior entendimento entre seus governos e as comunidades indígenas".

Dom Celestino afirmou ainda que, "a esperança de sua delegação é que esta sessão sirva para promover mais cooperação e harmonia entre todos os povos. Nos últimos tempos, tem-se usado muita retórica, que ao invés de uni-los, os castigou e dividiu".

E concluiu, "o anseio da Santa Sé é que os participantes revertam a sensação de suspeita e depositem confiança na liderança comum e na compartilha de valores. Neste contexto a Unidade de Suporte e Mediação pode ser um instrumento valoroso para restaurar a confiança perdida.

Concluindo, o observador pede que a ONU continue a ser forjadora de respostas às necessidades do século 21.

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