Até 4 de setembro

Economia de Francisco: iniciada a Escola de Verão sobre bens comuns

Evento internacional tem a participação de cerca de 35 pessoas de 14 países de todo o mundo; Formação acontece de forma presencial na Itália

Da redação, com  Vatican News

Foto: Luis Poletti via Unsplash

“A economia, que durante séculos se ocupa de bens privados, deve agora se concentrar mais nos bens comuns”. Por bem comum entende-se um bem que é consumido simultaneamente por várias pessoas e é também um bem escasso. Com estas palavras Paolo Santori, tutor da The Economy of Francesco Summer School (A Economia de Francisco, Escola de Verão) oferece uma visão geral do curso de treinamento intitulado “Repensar a economia a partir dos bens comuns”.

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O curso está sendo realizado nas instalações da LUMSA, em Gubbio, na Itália. Ele foi iniciado neste domingo, 29, e será concluído no sábado, 4. A formação tem uma série de palestras e workshops. Eles também estarão voltados para o evento internacional que acontece no dia 2 de outubro em Assis. Pela manhã, será realizado em nível nacional em cada país e à tarde os encontros “virtuais” serão em nível internacional.

Na Economia de Francisco deseja-se colocar ao centro da ciência econômica aqueles bens comuns globais como a atmosfera, as florestas, os oceanos e a biodiversidade. Por esta razão, explica Santori, foi organizado um curso anual on-line.

Foram convidados professores de todo o mundo – a chamada Economia da Escola Francisco, da qual ele também é o coordenador. Como conclusão desta Escola de Verão haverá duas palestras com Robert Frank, economista americano, e pelo Prêmio Nobel Joseph Stiglitz.

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As palestras terão como tema as desigualdades e as novas pobrezas delegadas à Covid, elas terão relação com os bens comuns. Santori enfatiza que o bem comum é uma questão que está na mesa há anos. Segundo o coordenador da Economia de Francisco, uma das primeiras economistas, a estadunidense Katharine Coman, já havia abordado a questão dos bens comuns em 1911.

A economia comportamental no centro

Na Escola de Verão os cerca de 35 participantes são em sua maioria estudantes de doutorado em economia. Também há filósofos e sociólogos, e o caráter é interdisciplinar. No primeiro dia, por exemplo, eles se basearão nas fontes do pensamento econômico franciscano. Este introduziu reflexões muito interessantes sobre os bens comuns e sobre o tema da propriedade.

O objeto de estudo será, principalmente, a disciplina conhecida como “economia comportamental”. Haverá muita teoria dos jogos, muitas experiências, porque o problema é tentar entender como coordenar ações individuais e começar a raciocinar com perspectivas de grupo, justamente para a gestão desses bens comuns.

Portanto, a ideia é que os alunos saiam deste curso com ferramentas que poderão utilizar em suas próprias realidades, em seus estudos, mas também nas realidades acadêmicas. A administração dos bens comuns tem um nível econômico, mas também um nível político.

Nas pegadas dos Franciscanos

Respondendo à pergunta se as classes mestras, as aldeias, as escolas, enfim, os vários encontros que compõem A Economia de Francisco, podem ser considerados como uma oficina permanente, Santori explica que eles podem ser vistos desta forma, mas também como um período no qual os jovens economistas, que têm uma sensibilidade para o bem comum que parte dos pobres, podem se enriquecer, em dois ou três anos, e depois voltar às universidades e locais de trabalho levando algumas mensagens e fazendo o que o Papa Francisco pediu, ou seja, “transformar os locais de trabalho em locais de construção de esperança”.

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Obviamente, além do estudo, os laboratórios, os vários workshops e conferências, visitas culturais a algumas cidades significativas como Assis, Gubbio e Sansepolcro também foram planejados. O modo de pensar franciscano é, de fato, rico tanto em teoria econômica quanto em teoria prática. Os Franciscanos eram, por exemplo, os grandes teóricos do preço certo e, em nível prático, basta pensar nos “Monti di Pietà”, essas proto-instituições financeiras cujo objetivo era tornar bancáveis aqueles que não eram bancáveis – os pobres, os excluídos – e retirá-los da usura. Portanto, é uma economia em escala humana que começa a partir dos últimos.

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