Serviço e perdão foram dois pontos destacados pelo Papa na Missa da Ceia do Senhor, celebrada em presídio numa cidade perto de Roma
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
O Papa Francisco presidiu a Missa da Ceia do Senhor nesta Quinta-feira Santa, 14, em um presídio na cidade de Civitavecchia, perto de Roma. No tradicional rito de lava-pés, Francisco lavou os pés de 12 detentos.
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O Santo Padre foi acolhido pelas autoridades do presídio e logo se dirigiu para a capela, onde presidiu a celebração. Junto aos detentos, estavam presentes representantes dos agentes e do pessoal do presídio, além de autoridades como o ministro da Justiça da Itália.
Homilia: serviço e perdão
Na liturgia da Palavra, Francisco fez uma homilia espontânea, concentrando-se no gesto do lava-pés, “algo estranho” neste mundo. Jesus lavou, inclusive, os pés daquele que o traiu, lembrou o Papa. “Jesus nos ensina isso, simplesmente: deveis lavar os pés uns dos outros […] um serve ao outro, sem interesse: que belo seria se isso fosse possível de ser feito todos os dias e a todas as pessoas”.
O segundo ponto destacado pelo Papa foi o perdão. Jesus chama aquele que o traiu de amigo, perdoa tudo. “Gostaria de colocar no coração de todos nós hoje, também no meu: Deus perdoa tudo e perdoa sempre! Somos nós que nos cansamos de pedir perdão”.
Concluindo a breve homilia, o Papa recordou que há um Senhor que julga, mas é um julgamento estranho: o Senhor julga e perdoa. E exortou todos a seguir com a vontade de servir e perdoar.
Lava-pés
Ao término da homilia, como de costume, o Papa repetiu o gesto de Jesus na Última Ceia, quando o Senhor lavou os pés dos discípulos em sinal de amor. Um amor que chegou ao ponto do serviço e da humilhação.
Entre os doze detentos, homens e mulheres, entre os quais pessoas de diferentes idades e nacionalidades.
No final da Missa, a diretora do presídio agradeceu ao Papa e lhe presenteou com uma gravura do antigo porto de Civitavecchia, alguns produtos da horta cultivada pelos detentos e algumas obras feitas por funcionários e detentos.
Após a celebração, o Papa saudou cerca de 50 pessoas, entre detentos, agentes e funcionários.