COP26

Cáritas Internacional defende políticas climáticas em favor dos pobres

A organização católica, por ocasião da COP26, apela aos líderes reunidos em Glasgow para garantir justiça climática e proteção aos migrantes

Da redação, com Vatican News

mudanças climáticas

Cáritas Internacional defende políticas climáticas em favor dos pobres/Imagem de marcinjozwiak por Pixabay

Que os governos assegurem o cuidado ambiental e a justiça social. Este é o forte apelo lançado pela Cáritas Internacional por ocasião da COP26, em andamento na Escócia. Os 162 membros Caritas da Confederação, alguns dos quais presentes em Glasgow, em linha com a Encíclica Laudato Si’, reiteram o seu apelo a favor da justiça climática e de políticas que protejam os mais vulneráveis, especialmente os migrantes.

O preço pago pelos mais vulneráveis

“Tempestades devastadoras, salinização da água e do solo devido ao aumento do nível do mar e severas inundações – denuncia Aloysius John, secretário-geral da Cáritas Internacional – continuam a afetar numerosas comunidades. As mudanças climáticas já produziram impactos irreparáveis em muitas partes do mundo onde a adaptação é o principal desafio para as populações locais”. Estas comunidades, portanto, embora não sejam responsáveis pela crise climática, “são, no entanto, obrigadas a suportar suas consequências em termos de perda de moradias, meios de subsistência, habitats e infraestruturas”.

A tragédia das migrações forçadas

As condições climáticas extremas levam à migração forçada de cada vez mais pessoas, resultando na perda da identidade cultural e social de suas comunidades. “Ainda assim, hoje – acrescenta John – nenhum status de refugiado ou qualquer outro tipo de proteção internacional é garantido a essas pessoas, que estão privadas de direitos fundamentais como ter um ambiente limpo, saudável e sustentável para viver. Direitos fundamentais que os governos seriam obrigados a cumprir por meio de ações políticas apropriadas relacionadas ao clima. Como afirma o Santo Padre na Encíclica Laudato si’, os países desenvolvidos do Norte global não podem deixar de levar em conta sua dívida ecológica em relação ao Sul global”.

Agir antes que seja tarde demais

A organização reitera que é responsabilidade dos Estados agir com urgência, antes que seja tarde demais. Embora a pandemia de covid-19 tenha trazido novas prioridades – lê-se ainda na mensagem – ela não deveria ser usada como uma desculpa para adiar decisões e retardar ainda mais a ação pelo clima. Pelo contrário, deveria estimular o empenho coletivo na adoção de um novo modelo de desenvolvimento baseado em energias limpas e renováveis, uma economia mais inclusiva e maior justiça, bem como medidas concretas em termos de redução da pobreza e cancelamento da dívida. Como destacou o Papa Francisco em sua recente mensagem à rede BBC, a pandemia, como todo “momento de dificuldade, também contém oportunidades que não podem ser desperdiçadas”.

Que os países ricos sejam responsáveis pelos pobres

É urgente que os fundos climáticos cheguem às comunidades locais para favorecer sua adaptação e para dar a elas maior controle sobre as prioridades e necessidades mais imediatas. Neste momento crucial – continua o comunicado de imprensa da Caritas – é de fundamental importância que os Estados que fazem parte das negociações climáticas da ONU reconheçam suas obrigações morais e jurídicas para com as comunidades mais afetadas e as gerações futuras. A Cáritas lança um apelo a um compromisso incondicional por parte dos Estados mais ricos para proteger as populações mais pobres dos países em desenvolvimento, que se tornam vulneráveis por causa das mudanças climáticas, ainda que não sejam responsáveis por elas.

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