Com a destruição do campo de refugiados, milhares ficaram sem casa e comida, aglomerados e à mercê do novo coronavírus
Da redação, com Reuters
A destruição de um importante campo de refugiados na ilha grega de Lesbos deixou milhares presos sem comida ou abrigo. As autoridades também estão enviando kits de teste de coronavírus para lá, temendo um aumento de infecções.
A ilha grega ainda está se recuperando do incêndio que tomou conta de maior parte do campo de refugiados e milhares deles estão agora efetivamente presos. Muitos tiveram que dormir ao relento por conta disto — e muitos deles testaram positivo para o novo coronavírus. Isso levou as autoridades a apressarem o envio de 19 mil kits de testes à ilha, que temem um eminente surto da doença.
O incêndio eclodiu na terça-feira, 8, no campo conhecido como Moria, mas então um segundo foco na quarta-feira, 9, teve início e destruiu o que o primeiro não conseguira.
Stelios Petsas, porta-voz do governo grego, disse que o fogo foi iniciado por requerentes de asilo reagindo às medidas de quarentena depois que alguns habitantes deram positivo, mas ele não forneceu evidências da alegação de incêndio criminoso.
Moria tem sido um assunto polêmico para Lesbos há anos, e protestos tanto de migrantes quanto de gregos locais tornaram-se ocasionalmente violentos. As autoridades já estavam em desacordo com alguns moradores de Lesbos sobre os planos de substituir Moria por um centro de recepção fechado.
A Grécia enviou pelo menos 400 crianças e adolescentes desacompanhados do campo à área principal do continente por enquanto. Mas milhares de pessoas continuam presas na ilha, sem ter onde dormir e com pouco para comer.