Tragédia

Incêndio em campo de refugiados na Grécia deixa milhares desabrigados

Ainda não se sabe o que causou o fogo no local que abriga mais de 12 mil refugiados, quatro vezes mais a capacidade do local

Da redação, com Reuters

Maior campo de refugiados da Grécia é reduzido a chamas / Foto: Reprodução Reuters

Na manhã desta quarta-feira, 9, um incêndio eclodiu em torno do campo superlotado de imigrantes conhecido como Moria, na ilha de Lesbos, na Grécia, que incendiou barracas e obrigou as pessoas a evacuarem o local.

A causa do incêndio não foi imediatamente esclarecida. O fogo veio tanto dentro como fora das instalações, disse um oficial do corpo de bombeiros.

O campo de Moria abriga mais de 12 mil refugiados — mais de quatro vezes a sua capacidade. Abrigos e tendas improvisadas foram destruídos pelo fogo.

Um oficial da polícia disse que os migrantes estavam sendo levados para um local seguro. Diversas pessoas foram vistas saindo do acampamento na escuridão, carregando seus pertences com as mãos. Pelo menos 28 bombeiros com 9 carros, auxiliados por voluntários, lutavam contra as chamas. Grupos de ajuda criticaram com frequência as péssimas condições de vida no campo.

A instalação foi colocada em quarentena na semana passada depois que as autoridades confirmaram que um solicitante de asilo havia testado positivo para o coronavírus. As infecções confirmadas aumentaram para 35 desde então.

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Lesbos, que fica próximo à costa turca, estava na linha de frente de um movimento maciço de refugiados e migrantes para a Europa entre 2015-2016. Devido à pandemia de coronavírus, desde 1º de março, todos os migrantes que chegaram à ilha foram colocados em quarentena longe dos campos.

No campo de Moria, grupos humanitários alertaram que o distanciamento social e medidas básicas de higiene são impossíveis de serem implementadas devido às condições de vida. Incêndios florestais provocados por ventos fortes também estavam queimando em duas outras áreas da ilha.

“Não temos para onde ir”

Por conta do incêndio, milhares de migrantes ficaram sem ter para onde ir. “Não sabemos para onde ir, e todos os refugiados estão do lado de fora, tentando encontrar um lugar para pelo menos ficar”, disse Yaser, um migrante do Afeganistão, sentado à beira da estrada com dezenas de outras pessoas.

“É muito difícil, a situação está péssima”, disse outro migrante do Congo. Os migrantes vagavam pelas estradas das ilhas segurando seus poucos pertences, dormiam nas ruas, amontoavam-se perto de prédios ou buscavam abrigo do sol entre as oliveiras.

“Neste momento o campo foi completamente destruído, resultando em milhares de desabrigados. Como você pode perceber, a combinação da situação dos migrantes com a pandemia, sob estas condições de emergência, cria uma situação extremamente desafiadora de lidar”, disse o vice-ministro da Migração, Giorgos Koumoutsakos.

Segundo Koumoutsakos, mais de 3 mil pessoas ficaram sem abrigo no acampamento de cerca de 12 mil e o governo planeja montar tendas para abrigá-las temporariamente.

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