Reeleição

Angela Merkel vence eleições alemãs

Os eleitores alemães deram à chanceler Angela Merkel uma segunda chance na eleição deste domingo, 27, e um mandato para formar um novo governo com o Partido Democrático-Liberal (FDP), que deve focar a redução de impostos para fomentar o crescimento.

A conservadora Merkel vem governando o país há quatro anos numa "grande coalizão" desajeitada com seus principais rivais, os social-democratas (SPD) de centro-esquerda.

O resultado da eleição a liberta das restrições dessa parceria e permite que ela forme a coalizão de centro-direita que a chanceler argumentou ser a mais bem posicionada para conduzir a maior economia da Europa de volta à saúde, após a pior recessão do pós-guerra.

O próximo governo enfrentará grandes desafios econômicos. Terá que controlar o crescente déficit orçamentário, enfrentar a alta do desemprego e afastar um arrocho do crédito resultante da fragilidade dos bancos.

Juntamente com o FDP, Merkel deverá reduzir o papel do Estado na economia e estender o tempo de vida de usinas nucleares alemãs programadas para serem fechadas ao longo da próxima década.

A última vez em que o partido de Merkel e o FDP governaram a Alemanha foi entre 1982 e 1998, quando Helmut Kohl era chanceler. Nas conversações sobre a formação de uma coalizão que devem acontecer nas próximas semanas, eles terão que superar suas divergências quanto à dimensão e o cronograma dos cortes nos impostos. Para alguns analistas, em vista das restrições orçamentárias, esses cortes terão que aguardar pelo menos um ano.

"Esta noite podemos festejar realmente, mas depois teremos um trabalho árduo pela frente," disse Merkel a seus partidários que a aplaudiam.

Projeções das emissoras de TV públicas ARD e ZDF indicaram que o bloco conservador de Merkel –formado pela União Democrata-Cristã (CDU) e a União Social-Cristã da Bavária (CSU) — teriam conseguido 33,6 por cento dos votos, menos que os 35,2 por cento que tiveram em 2005. É o segundo pior resultado do bloco na era do pós-guerra.

Mas o FDP, partido que ganhou mais apoio na esteira da crise financeira, compensou por essa perda, subindo para o recorde 14,6 por cento dos votos e garantindo a vitória da centro-direita.

O SPD, que está no governo há mais de uma década, vai juntar-se aos ambientalistas Verdes e ao partido A Esquerda na oposição, depois de sofrer uma queda grande para 23,1 por cento dos votos, seu pior resultado desde a guerra.

O candidato rival de Merkel, Frank-Walter Steinmeier, do SPD, que foi ministro das Relações Exteriores da chanceler nos últimos quatro anos, descreveu os resultados como "derrota amarga."

Projeções indicavam os Verdes como tendo 10,5 por cento dos votos e A Esquerda com 12,1 por cento.

Angela Merkel foi acusada de fazer uma campanha cautelosa, com pouca substância e paixão, mas os alemães se mostraram satisfeitos com seu estilo regular e discreto, e, diferentemente dos eleitores dos EUA e Japão, não parecem ansiosos por uma mudança na liderança.

"Este é um ótimo resultado para Angela Merkel, mesmo que seja um resultado fraco para seu partido," disse Jan Techau, analista do Conselho Alemão de Relações Exteriores. "Ela foi confirmada em seu cargo, o que é uma conquista grande em meio a uma recessão tão severa."

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