Bispo emérito da Diocese de Caxias do Sul é quem trará para o país a relíquia autêntica do jovem beatificado em outubro de 2020
Da redação, com Vatican News
Beato Carlo Acutis /Foto: carloacutis.com
O bispo emérito de Caxias do Sul, Dom Alessandro Ruffinoni, que está de férias na Itália, levará na bagagem de volta ao Brasil um objeto de devoção para a região da Serra Gaúcha: uma relíquia de primeiro grau do jovem beato Carlo Acutis. O bispo é italiano, da cidade de Piazza Brembana, na Região da Lombardia, e está no país visitando suas irmãs e demais familiares.
Durante a viagem, Dom Ruffinoni teve a oportunidade de participar do lançamento do livro “Il segreto di mio filio (O segredo de meu Filho, tradução literal do italiano)”, no dia 28 de novembro em Milão, na Itália. Além disso, o prelado teve uma audiência privada com a autora do livro e mãe de Carlo, Antonia Salzano Acutis.
Durante a conversa com Antonia, o bispo foi presenteado com mechas de cabelo de Carlo, beatificado em Assis, em 10 de outubro do ano passado. Junto da relíquia, foi entregue a dom Alessandro um certificado de autenticidade da peça. De acordo com Ruffinoni, foi decidido que a relíquia vai ser levada ao Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio, em Farroupilha.
Livro
Além da relíquia, Dom Alessandro recebeu uma edição do livro autografado por Antônia. “A Sua Excelência Dom Alessandro Ruffinoni, muito amado por Jesus, sacerdote segundo o coração de Deus, farol para os jovens e alma predileta por Deus. Não eu, mas Deus. Com muito carinho. Antonia Salzano Acutis” – traduzido literalmente do italiano.
“Eu conheci a história do beato Carlo Acutis, quando, como bispo emérito, fui para o Paraguai, voltei à missão e, como aconteceu o lockdown, tive que ficar em casa. Olhando na internet, descobri a vida deste menino, adolescente e me entusiasmei e me apaixonei por essa vida”, afirma.
Atividade nas redes e fora delas
Aos 78 anos, o bispo é muito ativo e produz conteúdo semanalmente para as redes sociais da diocese gaúcha. Entre os principais assuntos das publicações, está a Eucaristia, que era a paixão da vida e a principal dedicação de Carlo Acutis.
Com a ajuda de jovens do Santuário de Caravaggio, onde reside, o bispo também publica Tik Tok’s e Reels relacionados à fé católica. Dom Alessandro também organizou no santuário, uma exposição sobre a Sagrada Eucaristia.
Em Farroupilha, existe um espaço dedicado aos mais de 180 Milagres Eucarísticos reconhecidos pela Igreja Católica. Os casos agora reproduzidos na exposição feita a nível diocesano, são os mesmos que foram selecionados por Carlo Acutis e publicados em um site próprio, na internet.
Visitação da mostra e contato com a relíquia
Para o bispo, é uma excelente oportunidade para os visitantes do santuário, a possibilidade de visitar a mostra e agora poder tocar a relíquia do beato. Além disso, como Caravaggio é uma devoção relevante na realidade local, as crianças da catequese poderão ter um contato íntimo com a Nossa Senhora, os milagres eucarísticos e a história de Carlo.
Leia mais
.: Carlo Acutis renova nos católicos o desejo pela santidade, diz padre
De acordo com Ruffinoni “a vida dele [Carlo Acutis], é uma vida muito simples, mas vivida de uma maneira extraordinária” e complementa lembrando também que “ele ficou beato não só porque rezava, mas ficou beato porque ele amou. Ele amou os pobres e migrantes”, afirma.
Dom Alessandro volta para o Brasil no próximo sábado. A reitoria do Santuário deve programar uma celebração especial para apresentar a relíquia do beato, que será comunicada posteriormente.
A ligação de Carlo Acutis com o Brasil
Antes mesmo de ser declarado beato pela Igreja, Carlo Acutis já era venerado na realidade brasileira. O jovem, que nasceu em Londres em 3 de maio de 1991 e faleceu em 12 de outubro de 2006, foi vítima de uma leucemia fulminante, morrendo aos 15 anos. Carlo foi sepultado em Assis, cidade de São Francisco, conforme desejara.
O milagre reconhecido pela Igreja que levou à sua beatificação, ocorreu no Brasil, em 2013. Um menino de apenas três anos foi curado de uma “rara anomalia anatômica congênita”, conhecida como pâncreas anular, pela oração de seus familiares à Carlo.
A criança nasceu quatro anos depois da morte de Acutis, em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, com uma lesão que dividia o órgão em duas partes, o que teoricamente exigiria uma cirurgia. O menino tocou em um pijama que fora utilizado pelo beato, durante uma celebração em sua comunidade e acabou sendo curado, sem necessidade de intervenção cirúrgica.
A medicina não teve uma explicação para melhora repentina da criança. A Congregação para as Causas dos Santos reconheceu este como o milagre necessário para a beatificação de Acutis.
Notícias Relacionadas
Enem: estudantes com covid-19 podem pedir reaplicação da prova
Conselho Nacional do Laicato lança subsídio para celebrar Dia do Leigo
Desabamento de caverna em São Paulo deixa nove mortos
Arquidiocese de Olinda e Recife relança XVIII Congresso Eucarístico
Nomeados novos bispos para Camaçari (BA) e Colatina (ES)
