Recordação do Ato de Consagração

Precisamos ter esperança de que um dia a guerra acabará, diz padre

Há um ano, Papa consagrava Rússia e Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria pedindo a paz; é preciso ter esperança de que um dia a guerra acabará, diz padre

Julia Beck
Da redação

Papa durante o Ato de Consagração em 25 de março do ano passado / Foto: Vandeville EricABACA via Reuters

No dia 25 de março de 2022, diante da imagem de Nossa Senhora de Fátima, o Papa Francisco consagrava a Rússia, a Ucrânia e todo o mundo ao Imaculado Coração de Maria. O ato – que aconteceu na solenidade da Anunciação do Senhor – completa um ano neste sábado, 25. 

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O pároco da Catedral de Santo Antônio, localizada em Guaratinguetá (SP), padre Raphael Felipe Silva, recorda o momento de oração do Santo Padre e reafirma que a dinâmica da Igreja é oracional. Rezar pela conversão do mundo, pela sua transformação e para que ele nunca perca a esperança é uma das grandes intenções da Igreja, revela o sacerdote.

Não perder a esperança

O Papa Francisco, quando esteve em Aparecida, no ano de 2013, disse em sua homilia que os cristãos não podem perder a esperança, lembra o presbítero. “Não podemos permitir que a nossa esperança seja roubada. Por mais que a guerra não tenha chegado ao fim, nós precisamos ter esperança de que um dia ela vai chegar ao fim”, reforça.

O presbítero ressalta ainda que “não há tempestade que dure a vida inteira”. “A presença de Deus agindo na sociedade sempre nos refaz, refaz o nosso olhar, a nossa maneira de pensar, de olhar as coisas e irá também transformar o coração das pessoas que pensam que a guerra ainda é uma solução”, complementa.

Segundo padre Raphael, é preciso acreditar que a guerra não é uma solução, e rezar muito. “Continuemos rezando e acreditando que este ato de oração e consagração está fazendo, de maneira gradativa, com que a guerra chegue ao fim”.

Rainha da paz

Padre Raphael Felipe Silva/ Foto: Arquivo Pessoal

Recorrer a Nossa Senhora pedindo pelo fim da guerra, observa o sacerdote, é reconhecer nela alguém que soube, em todos os momentos de dificuldade, acreditar na promessa de Deus, na Sua presença, confiando e esperando n’Ele.

O presbítero lembra que Maria, quando procurava abrigo em Belém, diante da proximidade do nascimento de Jesus, não “guerreou”. “Ela simplesmente esperou e confiou na promessa de Deus – que preparou um espaço para vir ao mundo. Na simplicidade de um estábulo, lá estava a mãe de Jesus, oferecendo ao mundo Jesus Cristo”.

Padre Raphael frisa que Maria não é a mulher da guerra, mas a Rainha da Paz. “Soube ter paz no seu coração e soube oferecer a paz, ofertando o seu próprio coração. (…) Ela nos trouxe a paz que é Jesus Cristo”.

Anunciação do Senhor

Sobre a Solenidade da Anunciação do Senhor, o presbítero incentiva os fiéis a deixarem Deus se encarnar na história de cada um. De acordo com o padre, a presença de Deus é uma presença companheira e transformadora, pois é uma presença encarnada.

“Ele veio ao mundo para nos trazer a paz. Rezar a Anunciação do Senhor é o mesmo que deixar Deus se encarnar na nossa história através da espiritualidade, para buscarmos dar fim a tantos sofrimentos, como a guerra”.

Unidade com o Papa Francisco

O sacerdote defende a necessidade de os católicos estarem unidos ao Santo Padre pedindo pelo fim da guerra. “Quando nos unimos ao Papa, também nos unimos à Igreja e a Cristo”, reforça.

“As palavras do Papa nos apontam para o caminho da salvação, para o fim de todas as ações que não salvam, como a guerra, a violência, a maldade… A salvação precisa alcançar espaço para que cada vez mais a paz que vem do Senhor reine sobre nós”, destaca. 

Segundo padre Raphael, quando Francisco rezou o Ato de Consagração, ele destacou a presença de Maria como “transformadora”, “aquela que transforma tristeza em esperança”, citando as Bodas de Caná. “[Maria] pode e deve ser para nós refúgio, consolo, amiga e intercessora, mãe em meio às tristezas que enfrentamos, principalmente os nossos irmãos que vivem na pele a tristeza da guerra”, pontua.

Por fim, o sacerdote recorda um teólogo que diz que para saber o verdadeiro sentido do amor não é preciso consultar um dicionário, mas “ir” ao calvário.

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