Sonhos de unidade e paz

Papa: a guerra não pode nem deve ser considerada solução dos conflitos

Em audiência com membros da Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia, Papa se concentrou nos “sonhos” de unidade e paz para a Europa

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

Foto: Riccardo Fabi – NurPhoto

Unidade e paz, os dois grandes “sonhos” dos pais fundadores da Europa foram os destaques do discurso do Papa Francisco nesta quinta-feira, 23, aos participantes da plenária da Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia (COMECE). Eles estão reunidos de 22 a 24 de março em Roma e elegeram seu novo presidente: Dom Mariano Crociata.

O primeiro ponto ressaltado pelo Papa foi a unidade. Segundo Francisco, não pode ser uma unidade uniforme, mas que respeite e valorize a singularidade dos povos e das culturas que a compõem. O Pontífice ressaltou que a riqueza da Europa está na convergência das diversas fontes de pensamento e de experiências históricas.

“É preciso respeitar isso: a originalidade de cada país (…) a Europa tem futuro se houver realmente união e não redução dos países com as respectivas características. O desafio é precisamente este: a unidade na diversidade. E é possível se houver uma forte inspiração; caso contrário, prevalece o aparato, prevalece o paradigma tecnocrático, que, no entanto, não é fecundo porque não entusiasma as pessoas, não atrai as novas gerações, não envolve as forças vivas da sociedade na construção de um projeto comum.”

Uma Europa a serviço da paz

Sobre a questão da paz, Francisco disse que a história de hoje precisa de homens e mulheres animados pelo sonho de uma Europa unida a serviço da paz. Lembrou que, depois da II Guerra Mundial, a Europa viveu o mais longo período de paz de sua história, mas houve várias guerras no mundo. E, atualmente, a guerra na Ucrânia abalou a paz europeia.

Com relação a este último conflito, o Papa considera que os povos europeus participam do esforço de solidariedade com o povo ucraniano. E embora não seja fácil, esta resposta coral em termos de caridade deveria corresponder a um compromisso coeso pela paz, acrescentou.

“Este desafio é muito complexo, porque os países da União Europeia estão envolvidos em várias alianças, interesses, estratégias, uma série de forças que é difícil reunir num único projeto. No entanto, um princípio deveria ser compartilhado por todos com clareza e determinação: a guerra não pode e não deve mais ser considerada uma solução para os conflitos”.

O papel da COMECE

Por fim, o Santo Padre mencionou a contribuição que a COMECE pode dar nesse desafio da paz. Segundo ele, o organismo é uma “ponte” entre as Igrejas na Europa e as instituições da União Europeia.

“Vocês são, por missão, construtores de relações, de encontro e de diálogo. E isso já é trabalhar pela paz. Mas não basta. É preciso profecia, previsão, criatividade para promover a causa da paz”.

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