O Observador Permanente da Santa Sé, em seu discurso à ONU, falou a respeito da importância crucial da água à vida no planeta
Da redação, com Vatican News
Por conta da 45ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, o arcebispo Ivan Jurkovič, Observador Permanente da Santa Sé, falou a respeito do posicionamento da Santa Sé “no direito a água potável segura e limpa, além do saneamento básico”.
Citando o Papa Francisco, o arcebispo lembrou aos presentes que “a água é o elemento mais essencial à vida e o futuro da humanidade depende da nossa capacidade de guardá-la e compartilhá-la”. O religioso também afirmou a posição da Santa Sé de que “o acesso à água e ao saneamento não é apenas uma necessidade humana básica, mas também um elemento crucial à saúde da Terra e daqueles que vivem dela”, ponderou.
O arcebispo Jurkovič reconheceu que a Assembleia Geral das Nações Unidas de 17 de dezembro de 2015 expressou uma visão semelhante à da Santa Sé. No entanto, acrescentou que “a Santa Sé tem enfatizado continuamente que ainda é necessário fazer mais para promover a afirmação universal deste direito fundamental”.
Jurkovič, sendo assim, chamou a atenção para o documento redigido pelo relator especial para a ocasião em que afirma que “a total realização do direito humano à água e ao saneamento não pode ser deixada apenas aos Estados”. Ao comentar esta declaração, o Arcebispo Jurkovič explicou que todos têm a responsabilidade de contribuir para o desenvolvimento de uma “sociedade mais integral e sustentável”.
Direito à água está enraizado à dignidade humana
O arcebispo afirmou a menção do relator especial aos muitos “tipos de recursos que contribuem para alcançar os direitos firmados no Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais”. Mas, ele acrescentou que todos os direitos humanos, incluindo o direito à água, são fundados na dignidade da pessoa humana, e “não em qualquer tipo de avaliação meramente quantitativa que considere a água como um bem meramente econômico”.
Jurkovič observou ainda que a comunidade internacional precisa perceber a necessidade de um novo tipo de “solidariedade em relação aos recursos naturais”. A gestão das fontes de água está ligada à “responsabilidade social, uma mentalidade de comportamento ecológico” e à “solidariedade global entre os países”. Essa, disse ele, é a única maneira possível “de fortalecer o bem comum e preservá-lo para o futuro”.
O representante da Santa Sé concluiu com uma citação do Papa Francisco extraída do discurso especial da Urbi et orbi de 27 de março deste ano.
“Não é um momento de egocentrismo, porque o desafio que enfrentamos é partilhado por todos, sem distinção entre as pessoas. […] Não percamos a oportunidade de dar mais provas de solidariedade e também recorrer a soluções inovadoras”.