Piedade popular

Padre reflete sobre a Procissão do Encontro, tradição na Semana Santa

Paróquia Sant’Ana, em Água Boa (MG), como muitas outras em todo o Brasil, celebra hoje a tradicional Procissão do Encontro, uma das práticas comuns da piedade popular na Semana Santa

Huanna Cruz
Da Redação

Foto: Francisco Carlos

A Procissão do Encontro é uma das mais populares manifestações de fé durante a Semana Santa. Realizada sempre na Quarta-Feira Santa, faz memória do encontro entre Jesus e Nossa Senhora a caminho do calvário.  

Segundo o pároco da Paróquia Sant’Ana, em Água Boa (MG), padre Daniel Borges, as celebrações da Semana Santa levam os fiéis a recordar os principais acontecimentos que se deram na história da salvação. A Igreja Católica procura reviver, a cada ano, os passos da Paixão. 

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O significado da procissão na realidade concreta

Padre Daniel afirma que a tradicional Procissão do Encontro acontece em praticamente todas as cidades do Brasil, no dia que antecede o início do Tríduo Pascal. É o momento que marca o encontro da Virgem Maria com Seu Filho Jesus, carregando a Cruz a caminho do Calvário, pelas ruas de Jerusalém, depois de ser flagelado, coroado de espinhos e condenado à morte por Pilatos.

“Devemos entender esse momento e, sobretudo, trazê-lo para nossa realidade concreta, ou seja, Cristo hoje caminha conosco, neste mundo que, muitas vezes, se encontra dilacerado pela violência, pelas injustiças e pelas opressões. É também um forte convite à esperança do evento pascal, que nos diz, através deste gesto de Jesus, que Ele caminha conosco, nos caminhos da nossa existência humana”.

Para o padre, a Procissão do Encontro é, sem dúvidas, uma das celebrações mais emocionantes da Semana Santa. A partir da memória do encontro doloroso entre Cristo e sua mãe, os fiéis são levados a refletir sobre o encontro verdadeiro com Deus e com o próximo, o encontro da criatura com o seu Criador, o encontro entre as pessoas. O encontro com Deus que ama a todos e por isso vem ao encontro, explica o padre, e não apenas passa pela vida dos seus filhos, mas quer permanecer presente na existência da humanidade. Neste sentido, acrescenta o sacerdote, celebrar o encontro de Jesus e Maria é perceber esta urgência e a necessidade de sair ao encontro do outro que sofre, sobretudo neste mundo onde acontecem tantos desencontros.

Procissão do Encontro da Paróquia Sant’Ana no ano passado / Foto: Divulgação

Devoção

O padre afirma que, todos os anos, os fiéis se preparam para viver este tempo, que traz um reavivamento da fé e também da espiritualidade pascal. Desde a Quaresma até a Semana Santa, são vários momentos de oração e celebrações que buscam favorecer a espiritualidade dos fiéis. 

A cada ano, a Paróquia Sant’Ana procura resgatar a tradição desta procissão para que ela não se perca. Mas, da mesma forma, busca dinamizar para atender as necessidades pastorais no objetivo da Igreja de anunciar a mensagem da redenção para um número sempre maior de fiéis. 

“Os desafios pastorais são sempre presentes, por isso a Paróquia busca atender os fiéis nas confissões, missas, procissões e nas manifestações de fé e piedade popular de um povo simples e piedoso que busca viver a sua fé a partir dos gestos de Jesus”.

A Virgem das Dores e a Paixão

Segundo padre Daniel, os cristãos católicos, iluminados pelos sinais dos Evangelhos, têm uma especial devoção à Virgem Maria. A ela recorrem por ser a Mãe do Redentor, a quem também se fez fiel no caminho do sofrimento e da paixão.

Na Semana Santa, os fiéis são convidados a fazer memória deste encontro doloroso. A Mãe de Jesus mostra que é discípula da Cruz. Ela é aquela que acompanha o Filho na dor e no sofrimento, seguindo-o nos passos da Paixão, Morte e Ressurreição. 

 

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