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Igreja

Materiais para a Semana da Unidade dos Cristãos 2024 estão disponíveis

Textos foram redigidos por grupo ecumênico de Burkina Faso; tema da semana será: “Amarás o Senhor teu Deus… e ao teu próximo como a ti mesmo” (Lc 10,27) 

Da redação, com Vatican News

Foto: Cristiano de Assunção – Unsplash

“Amarás o Senhor teu Deus… e ao teu próximo como a ti mesmo” (Lc 10, 27) é o tema escolhido para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristã 2024. Os materiais foram elaborados por uma equipe ecumênica de Burkina Faso, coordenada pela Comunidade Chemin Neuf (CCN) naquele país.

No hemisfério norte, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos é celebrada entre 18 a 25 de janeiro, data proposta, em 1908, por Paul Watson, por cobrir os dias entre as festas de São Pedro e São Paulo, tendo, portanto, um valor simbólico. Por outro lado, visto ser este o período de férias no hemisfério sul, as Igrejas habitualmente escolhem outras datas para celebrar a Semana de Oração, como, por exemplo, dias próximos à festa de Pentecostes (de acordo com o que foi sugerido pelo movimento Fé e Constituição em 1926), que é também uma data simbólica para a unidade da Igreja.

A centralidade do amor na vida cristã

Nos materiais elaborados pela equipe ecumênica de Burkina Faso, é destacado que o amor é o “DNA” da  fé  cristã, que  Deus é  Amor e “o  amor de Cristo  nos reuniu na unidade”. É explicitado que os cristãos encontram sua identidade comum na experiência do amor de Deus (cf. Jo 3,16), e revelam essa identidade ao mundo pelo modo como amam uns aos outros (cf. Jo 13,35).

Na passagem selecionada para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2024 (Lc 10,25-37), é possível concluir que Jesus reafirmou o ensinamento judaico tradicional de Deuteronômio 6,5: Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu  coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças”; e Levítico 19,18b: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

Ainda segundo os materiais, muitos dos primeiros escritores cristãos, como Orígenes, Clemente de Alexandria, João Crisóstomo e Agostinho, viram a trajetória do plano de Deus para a salvação do mundo na Parábola do Bom Samaritano. “A promessa do samaritano de voltar foi vista como um prenúncio da promessa da segunda vinda do Senhor. Os  cristãos  são  chamados a agir como Cristo, amando como o Bom Samaritano, mostrando misericórdia e compaixão para com os necessitados, independentemente da sua identidade religiosa, étnica ou social. Não são as identidades compartilhadas que devem nos levar a ajudar o outro, mas o amor ao nosso ‘próximo'”.

A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos alerta porém que a visão de amor ao próximo que Jesus apresenta está sendo  ameaçada no mundo atual. “As guerras, em muitas regiões, os desequilíbrios nas relações internacionais e as desigualdades geradas pelos ajustes estruturais impostos pelas potências ocidentais ou por outras forças externas inibem a nossa capacidade de amar como Cristo amou. É aprendendo a amar uns aos outros, independentemente das nossas diferenças, que os cristãos podem se tornar próximos como o samaritano do Evangelho.”

Busca de uma paz e reconciliação mais amplas

O contexto específico de Burkina Faso reflete a necessidade de colocar o amor no centro da busca pela paz e pela reconciliação. Essa busca tem sido frequentemente prejudicada pela perda de valores e pela  perda de  um senso compartilhado de humanidade e por uma menor preocupação com o bem comum, a honestidade, a integridade e o patriotismo.

A busca pela reconciliação também foi enfraquecida pelo empobrecimento espiritual e pela busca de ganhos fáceis. Diante dessas realidades, a necessidade de testemunhar o amor de Deus é ainda mais urgente, indicam os materiais da Semana de Oração.

Crise de segurança

Burkina Faso é um país  com uma área de  174.000  km² localizado na África Ocidental, na região do Sahel, que inclui os países vizinhos de Mali e Nigéria. Tem 21 milhões de habitantes pertencentes a sessenta etnias. Em termos religiosos, aproximadamente 64% da população é muçulmana, 9% é adepto das religiões tradicionais africanas e 26% professa a fé cristã (20% católicos, 6% protestantes).

Esses três grupos religiosos estão presentes em todas as regiões do país e em praticamente todas as famílias. Atualmente, o país africano está passando por uma grave crise de segurança, que afeta todas as comunidades religiosas. Após um grande ataque jihadista organizado fora das fronteiras do país em 2016, a situação de segurança em  Burkina Faso e, consequentemente, sua coesão social, deteriorou-se drasticamente.

O país tem sofrido com a proliferação de ataques terroristas, a ilegalidade e o tráfico de pessoas. Essa situação já causou mais de três mil mortos e que quase dois milhões de pessoas foram deslocadas no interior do país. Milhares de escolas, centros de saúde e prefeituras foram fechados, e grande parte da infraestrutura socioeconômica e de transporte foi destruída. Os ataques direcionados a grupos étnicos específicos aumentam o risco de conflitos intercomunitários. No contexto dessa terrível situação de segurança, a coesão social, a paz e a unidade nacional estão sendo prejudicadas.

Solidariedade entre cristãos, muçulmanos e seguidores de outras religiões tradicionais

As igrejas cristãs têm sido alvo específico de ataques armados. Sacerdotes, pastores e catequistas foram mortos durante o culto e o destino de outros que foram sequestrados permanece desconhecido. No momento em  que este  artigo foi escrito, mais de 22% do território nacional estava fora do controle do Estado. Os cristãos não podem mais praticar abertamente a sua fé nessas áreas. Por causa do terrorismo, a maioria das igrejas cristãs no norte, leste e noroeste do país foi fechada. Não há mais culto cristão público em muitas dessas áreas. Nos locais onde o culto ainda é possível, com proteção policial, geralmente nas grandes cidades, foi necessário encurtar os cultos devido a preocupações com a segurança. É preciso reconhecer que, apesar dos esforços do Estado e das comunidades religiosas, o país está se tornando cada vez mais instável à medida que os grupos extremistas se espalham.

No entanto, está surgindo um tipo de solidariedade entre cristãos, muçulmanos e seguidores de outras religiões tradicionais. Os seus líderes estão trabalhando para encontrar soluções duradouras para a paz, a coesão social e para a reconciliação. Com esse objetivo, por exemplo, a Comissão de Diálogo Cristão-Muçulmano da Conferência dos Bispos  Católicos de Burkina-Nigéria está fazendo um grande esforço para apoiar o diálogo e a cooperação inter-religiosa e interétnica.

O convite para trabalhar em conjunto nos textos da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos de 2024 desafia as diferentes Igrejas de Burkina Faso a caminhar, orar e trabalhar juntas em amor mútuo durante esse período difícil para o seu país. 

* Subsídios para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos para todo o ano 2024 foram preparados e publicados em conjunto pelo Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos e Comissão Fé e Constituição do Conselho Mundial de Igrejas e podem ser encontrados em português, clicando aqui.

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