João Batista é o único Santo que durante o ano litúrgico é celebrado no seu nascimento e na sua morte
Da redação, com Vatican News
A passagem do Evangelho de São Marcos que recorda o martírio de São João Batista diz: “Imediatamente, mandou um carrasco cortar e trazer a cabeça de João. O carrasco foi e, lá na prisão, cortou-lhe a cabeça, trouxe-a num prato e deu à moça. E ela a entregou à sua mãe. Quando os discípulos de João ficaram sabendo, vieram e pegaram o corpo dele e o puseram numa sepultura” (Mac 6, 27-29).
João Batista é o único Santo que durante o ano litúrgico é celebrado no seu nascimento e na sua morte, respectivamente dia 24 de junho e 29 de agosto. João é primo de Jesus, concebido por Zacarias e Isabel quando já eram idosos, ambos descendentes de famílias sacerdotais. O seu nascimento é colocado cerca de seis meses antes do de Cristo, de acordo com o episódio evangélico da Visitação de Maria a Isabel. Enquanto que a data da morte ocorreu entre os anos 31 e 32, e remonta à dedicação de uma pequena basílica do século V no local do seu sepulcro.
Depois da juventude, João retirou-se em uma vida ascética no deserto. Andava com vestes de pele de camelo e se alimentava apenas de gafanhotos e mel silvestre. Perto do ano 28-29, durante o império de Tibério, iniciou sua vida pública e sua pregação, deslocando-se para as margens do rio Jordão. Começaram a chamá-lo de Messias, mas ele advertia: O Messias já está entre eles e enquanto que ele, João, batiza com a água, Ele batizará com o Espírito Santo e fogo.
João é apenas o Precursor de alguém que ele considera muito superior a si. Um dia este alguém, Jesus, apresenta-se a ele no Jordão para ser batizado. Inicialmente João recusa, mas depois obedece, porque ele, além de ser o último grande profeta do Antigo Testamento, é o primeiro apóstolo de Jesus que o seguirá até a morte, prefigurando com o próprio sofrimento e o próprio martírio, a Paixão de Jesus.
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João não é suave nas suas palavras. Tem recado para todos. Acusa os fariseus considerando-os hipócritas, além disso é repudiado pelos sacerdotes, porque com o seu batismo perdoa os pecados, tornando inúteis os sacrifícios para remissão que na época eram feitos no Templo.
Portanto é obvio que critique também a conduta do rei de Israel, Herodes Antipas, filho do Herodes autor do massacre dos inocentes, que mora com a esposa do irmão Felipe, Herodíades. Herodes, aprisiona João na fortaleza de Maqueronte, atual Jordânia, mas não o odeia: conversam muito e são discursos que o perturbam. Também teme que a sua morte possa causar uma rebelião no povo.
Na festa de aniversário de Herodes, a filha de Herondíades, Salomé, faz uma dança em honra do rei que fica fascinado e lhe concede como presente qualquer desejo seu, mesmo a metade do reino. Salomé, depois de falar com a mãe, pede a cabeça de João Batista. Herodes vacila, mas não pode recusar, pois tinha feito uma promessa. Assim João Batista morre, como mártir. Não um mártir da fé – porque não lhe foi pedido que a negasse – mas um mártir da verdade. Seja porque jamais a deixou de defendê-la, seja porque pela Verdade que é Jesus, ele viveu e morreu.