Promulgado por Paulo VI, o Rito das virgens recebeu em 2018 a Instrução Ecclesiae Sponsae Imago, publicada Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica
Da Redação, com Vatican News e Agências
No próximo domingo, 31, completará 50 anos o novo Rito de Consagração das Virgens, decretado em 31 de maio de 1970 por Paulo VI, por meio da Sagrada Congregação para o Culto Divino . O Rito remonta aos primeiros séculos do cristianismo tendo origem ma Ordem das Virgens, testemunhada nas comunidades cristãs desde os tempos apostólicos.
Em 4 de julho de 2018, a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica publicou a Instrução Ecclesiae Sponsae Imago sobre a Ordem das Virgens. O documento em italiano, inglês, francês e espanhol é assinado pelo prefeito do dicastério, cardeal João Braz de Aviz e pelo secretário, o arcebispo José Rodriguez Carballo.
As virgens consagradas estão presentes em todos os Continentes, em numerosas Dioceses, e oferecem seu próprio testemunho de vida em todas os âmbitos da sociedade e da Igreja. Em 2016, durante o Ano da Vida Consagrada, uma estatística aproximada estimava a presença de mais de cinco mil virgens consagradas no mundo, em contínuo crescimento.
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Por meio do Rito, mulheres que desejam se consagrar a Deus, porém, sem pertencer a Congregações religiosas, mosteiros e formas de vida do gênero, podem fazer seus votos de castidade para dedicarem-se ao serviço da Igreja, “vivendo em meio ao mundo”.
As mulheres que recebem essa consagração permanecem enraizadas na diocese em que já vivem e na qual amadureceram o discernimento vocacional e o caminho formativo para a consagração.
A vida das consagradas da Ordo, mesmo sem sinais externos – a não ser o anel entregue durante o ritual de consagração, como sinal da aliança conjugal com Cristo – expressa o amor e a fidelidade com que Deus ama seu povo.
Sobre a Ordem das Virgens, diz o Código de Direito Canônico:
§ 1. A estas formas de vida consagrada acresce a ordem das virgens, as quais, emitindo o santo propósito de seguir mais de perto a Cristo, são consagradas a Deus pelo Bispo diocesano segundo o rito litúrgico aprovado, se desposam misticamente com Cristo Filho de Deus e se dedicam ao serviço da Igreja.
§ 2. As virgens podem associar-se para observarem mais fielmente o seu propósito e, com auxílio mútuo, realizarem o serviço da Igreja, consentâneo com o seu próprio estado.
Ainda que o renascimento da Ordo virginum seja recente, essa vocação é conhecida mundialmente, onde desde 1970 até hoje existem cerca de 5000 consagradas em todos os continentes.
Encontro Internacional adiado
Para solenizar o renascimento da Ordo virginum, a Congregação para a Vida Consagrada havia convocado o terceiro Encontro Internacional em Roma, que seria realizado de 28 a 31 de maio de 2020, em Roma. Nesta ocasião, os membros do Ordo virginum de todo o mundo, como já havia acontecido em 1995, 2008 e 2016, foram convidadas a se reunir para louvar e agradecer ao Senhor, refletir juntos, enriquecer-se com a troca mútua de experiências, testemunhar à Igreja e ao mundo a beleza desta vocação e a ser confirmada pelo Sucessor de Pedro.
Adiada devido à pandemia, mais de 700 mulheres consagradas, acompanhadas por bispos e delegados de 61 nações diferentes, já haviam se inscrito para o encontro.
Apostolado em meio ao povo
Inseridas na história, as mulheres consagradas aceitam levar a elas suas dificuldades e viver em uma rede de vínculos, no estilo de proximidade e compartilhamento.
Atentas a perceber os apelos advindos do contexto em que vivem, as virgens, compartilham, segundo as próprias possibilidades, a predileção da Igreja pelos pobres, os sofredores, os marginalizados.
Eles se sustentam economicamente com o próprio trabalho e o vivem como um testemunho de colaboração com a obra criativa e redentora de Deus, por isso se comprometem em amadurecer um profissionalismo cada vez mais competente e responsável.