Esperança de dias melhores

Frei na Síria conta situação após terremoto e se empenha na ajuda

Franciscano que está empenhado no auxílio da população atingida pelos terremotos traz um relato sobre a realidade dos sobreviventes e o pedido de orações

Da Redação

Foto: Arquivo pessoal – Frei Harout Artin

Quatro dias se passaram após o terremoto de magnitude 7,8 que atingiu a Síria e a Turquia na segunda-feira, 6. O número oficial de mortos devido ao tremor passa de 22 mil. Praticamente, a contagem quadruplicou desde o dia do ocorrido, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que possa chegar a 40 mil.

Em ambos os países atingidos, a situação é preocupante. Em relato enviado à equipe do Jornalismo Canção Nova, o frei Harout Artin Simonian, franciscano empenhado na ajuda à população atingida pelos terremotos na Síria, disse que a população está sofrendo muito, pois muitos edifícios estão destruídos.

“No início, achei que fosse explosão”

Frei Harout recorda que eram 4h17 no momento do ocorrido. “Eu ainda estava acordado porque tinha eletricidade, estava lavando roupa na máquina e senti o tremor, consegui sair, chamar os outros para saírem. No início, achei que fosse uma explosão.”

O religioso relata que há muitas pessoas dispersas nas estradas, nos carros, porque as casas foram destruídas ou estão interditadas.  “Aqui todas as igrejas, escolas da Terra Santa, espaços grandes estão alojando os cristãos de todos os ritos. Estamos oferecendo comida, roupas, bebidas, estamos ajudando também espiritualmente, tantas pessoas estão estressadas por terem perdido filhos, pais. Aqui morreram religiosos e também, um sacerdote”.

As condições são precárias e, segundo o frei,  muitos anciãos que vivem só foram acolhidos pois suas casas estão comprometidas.  “Aqui na Catedral, tivemos alguns danos, mas ninguém se machucou por aqui. Alguns edifícios já estavam comprometidos por causa da guerra que vivemos há mais de 12 anos, e agora a situação piorou.”

O frei relata ainda o estado em que as pessoas se encontram devido ao frio rigoroso que o país enfrenta, tornando a situação ainda mais difícil. “Aqui tem muitas pessoas estressadas, especialmente as crianças, faz frio e não tem aquecimento, não tem combustível… tem tanta precariedade. Os cobertores que tínhamos ofertamos, não falta comida, mas a água sim, pois o Governo fechou a água para ajudar nas buscas… é uma miséria.”

Solidariedade

Frei Harout conta que os franciscanos têm assistido às pessoas dando apoio, alimento para quase quatro mil pessoas todos os dias. Lá estão desde antes do terremoto, nesses doze anos de guerra, tentando contornar essas situações.  O sacerdote pede a ajuda de todos que puderem fazê-lo.

“Nós estamos pedindo sua ajuda, ajuda também com suas orações. (…) Então, por favor, ajude-nos através da Associação Pró-Terra Santa que está pronta para isso. E continuem rezando por nós, para que nós continuemos trabalhando por todos, aqui em Aleppo, para que passemos por essas dificuldades, com a graça de Deus. Obrigada a todos.”

O site da Associação Pró Terra Santa é: https://www.proterrasancta.org/it/ 

 

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