Guerra

Em Gaza, padre lamenta bombardeios perto da paróquia e pede paz

Pároco da Sagrada Família comenta ataques israelenses e defende a necessidade de paz na Terra Santa, para palestinos e israelenses

Da redação, com Vatican News

Equipes de Defesa Civil e moradores realizam trabalho de busca e resgate nas casas destruídas em Gaza /Foto: Dawoud Abo Alkas/ Anadolu

“Os bombardeios nos acordaram, foram aqui perto, a 300-400 metros de distância, felizmente não chegaram aqui os estilhaços, estamos bem, mas em toda a Faixa já se fala de mais de 350 mortos e mais de mil feridos”, contou o padre da Paróquia Sagrada Família, em Gaza, Gabriel Romanelli. O sacerdote comentou os ataques de Israel que interromperam a trégua que já durava dois meses. Ele também desejou que o fato não finalizasse o cessar-fogo: “Que a guerra não recomece”.

Nestes aproximadamente dois meses de trégua, padre Romanelli revelou ter visto entrar mais ajuda humanitária, especialmente alimentos. Ele descreveu a contínua ansiedade dos civis, testemunhada pelo retorno à paróquia de uma dezena das cerca de vinte famílias que tentaram, nos últimos dois meses, “se instalar no que restou de suas casas ou nas de parentes”, em busca de “uma vida mais serena, mais normal”. Agora, todos os que ainda não retornaram “estão avaliando, porque as notícias não são boas e, para eles, portanto, é mais seguro ‘perto de Jesus’, apesar do fato de que não há lugar seguro em toda a Faixa”, lamentou.

Desde o início dos conflitos, o Papa Francisco dedica uma especial atenção à Paróquia Sagrada Família, em Gaza. O Pontífice liga regularmente ao padre Gabriel Romanelli, assegurando sua proximidade e orações. Neste período de internação, o Santo Padre segue em constante contato com o sacerdote.

Ajudar, servir e rezar

Na paróquia do padre Romanelli, até o momento, há cerca de 500 refugiados, mais ou menos o mesmo número do início da guerra, com exceção de um período em que havia 700, incluindo católicos e ortodoxos. “E nós ficamos aqui, há as irmãs de Madre Teresa, as religiosas da minha congregação do Verbo Encarnado, as irmãs da mesma congregação, as Servas do Senhor e da Virgem de Matarà. (…) Todos nós tentamos fazer o bem”, enfatizou.

O presbítero contou que além de orações, os religiosos ajudam idosos e crianças. “Temos crianças com necessidades especiais e tentamos nos certificar de que elas não sofram, porque as crianças são esponjas, elas percebem se os adultos estão ansiosos”.

Paz para todos

Foi graças ao apoio da Igreja que milhares de civis que perderam tudo e que precisam de tudo, foram ajudados. Por essa ajuda, Romanelli agradeceu ao Patriarcado Latino de Jerusalém e ao Patriarca, Cardeal Pizzaballa, pelo “grande apoio” recebido.

Na paróquia da Sagrada Família, as pessoas continuam a rezar, como sempre fizeram, para que consigam “convencer a todos de que a paz é possível, que é preciso trabalhar pela paz, por obras de justiça e para que o Senhor dê a esta parte da Terra Santa um período de paz, para todos, palestinos e israelenses”.

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