Dia de finados é celebrado neste sábado, 2; Igreja Católica pede oração aos falecidos
Da redação, com CNBB
O arcebispo de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Walmor Oliveira de Azevedo, gravou uma mensagem especial de esperança e fé para o dia dos fieis defuntos. “No dia de finados, dediquemos a oração a pessoas já falecidas reavivando nossa fé. Permaneçamos assim em comunhão com os que nos precederam na experiência da morte certos de que nos reencontraremos pela Graça de Deus Pai”, afirma o bispo em mensagem.
Em um artigo publicado no portal da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta, explica que desde a época do cristianismo primitivo os cristãos rezavam por seus mortos, em especial pelos mártires, no local onde estes eram frequentemente enterrados: nas catacumbas subterrâneas da cidade de Roma.
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“A oração pelos que já morreram é uma prática de várias religiões e que o cristianismo manteve. Documentos e monumentos dos primeiros séculos da nossa era já testemunham a prática entre os cristãos. Há túmulos cristãos dos séculos II e III que trazem orações pelos falecidos ou inscrições como: ‘Que cada amigo que veja isso reze por mim’”, destaca no texto.
O catecismo da Igreja Católica diz que graças a Cristo, a morte tem um sentido positivo. “Para mim, a vida é Cristo, e morrer é lucro” (Fl 1,21). “Fiel é esta palavra: se com Ele morremos, com Ele viveremos” (2Tm 1,11). A novidade essencial da morte cristã está nisto: pelo Batismo, o cristão já está sacramentalmente “morto com Cristo”, para Viver de uma vida nova; e, se morrermos na graça de Cristo, a morte física consuma este “morrer com Cristo” e completa, assim, nossa incorporação a ele em seu ato redentor. (§1010)
Visitas aos cemitérios
Em todo o Brasil, os cemitérios recebem milhares de pessoas que farão visitas aos seus entes queridos. Celebrações eucarísticas durante todo o dia estão programadas. Esta prática está grafada no parágrafo 2300 do Catecismo: “Os corpos dos defuntos devem ser tratados com respeito e caridade, na fé e esperança da ressurreição. O enterro dos mortos é uma obra de misericórdia corporal (Tb 1,16-18) que honra os filhos de Deus, templos do Espírito Santo”. O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, vai celebrar a Santa Missa, às 9h, no cemitério Parque da Colina, no bairro Nova Cintra, em BH.
Sepultura e cremação
Desde outubro de 2016, a Igreja católica no mundo passou a adotar uma nova instrução da Congregação para a Doutrina da Fé sobre propósito da sepultura dos defuntos e da conservação das cinzas no caso de cremação. A instrução ‘Ad resurgendum cum Christo’ da Congregação para a Doutrina da Fé foi apresentada pelo prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cardeal Gerhard Müller. Segundo o documento, “a prática da cremação difundiu-se bastante em muitas Nações e, ao mesmo tempo, difundem-se também novas ideias contrastantes com a fé da Igreja”.
Código de Direito Canônico
A norma eclesiástica vigente em matéria de cremação de cadáveres é regulada pelo Código de Direito Canônico: “A Igreja recomenda vivamente que se conserve o piedoso costume de sepultar os corpos dos defuntos; mas não proíbe a cremação, a não ser que tenha sido preferida por razões contrárias à doutrina cristã”.
Conservação as cinzas
“Quaisquer que sejam as motivações legítimas que levaram à escolha da cremação do cadáver, as cinzas do defunto devem ser conservadas, por norma, num lugar sagrado, isto é, no cemitério ou, se for o caso, numa igreja ou num lugar especialmente dedicado a esse fim determinado pela autoridade eclesiástica”.
Segundo o documento, a conservação das cinzas em casa não é consentida. Somente em casos de circunstâncias graves e excepcionais, o Ordinário, de acordo com a CNBB ou o Sínodo dos Bispos das Igrejas Orientais, poderá autorizar a conservação das cinzas em casa. As cinzas, no entanto, não podem ser divididas entre os vários núcleos familiares e deve ser sempre assegurado o respeito e as adequadas condições de conservação das mesmas.
Para evitar qualquer tipo de equívoco panteísta, naturalista ou niilista, não é permitida a dispersão das cinzas no ar, na terra ou na água ou, ainda, em qualquer outro lugar. Exclui-se, ainda a conservação das cinzas cremadas sob a forma de recordação comemorativa em peças de joalharia ou em outros objetos.
“Espera-se que esta nova Instrução possa fazer com que os fiéis cristãos tenham mais consciência de sua dignidade de filhos de Deus. Estamos diante de um novo desafio para evangelização da morte”, disse o Cardeal Müller, no lançamento da instrução ainda em 2016.