Período será uma oportunidade de recuperar toda a riqueza da Exortação Apostólica Amoris Laetitia, afirma secretário de Dicastério Vaticano
Julia Beck
Da redação, com colaboração de Lizia Costa e Liana Nunes
A Igreja inicia nesta sexta-feira, 19, o Ano Família Amoris Laetitia. O período será uma oportunidade de recuperar toda a riqueza da Exortação Apostólica Amoris Laetitia. É o que afirma o secretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida do Vaticano, padre Alexandre Awi Mello.
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.: Exortação apostólica Amoris Laetitia
Anunciado pelo Papa Francisco no dia 27 de dezembro, Festa da Sagrada Família, o Ano Família Amoris Laetitia começa no dia em que a exortação completa 5 anos de publicação.
“O Ano Família Amoris Laetiti é uma grande oportunidade para tirar a exortação apostólica Amoris Laetitia da gaveta”. – Padre Alexandre Awi
“O ano não é simplesmente o ano da família. É o Ano da Família Amoris Laetitia”, frisa o sacerdote. A intenção é despertar nas famílias o desejo de viver segundo os critérios que o Papa coloca nessa carta. “Esse é o sentido dessa celebração de todo um ano em torno da família”, destaca o presbítero.
Família: uma preocupação do Papa
O sacerdote recorda que a família foi uma das primeiras preocupações do pontificado do Papa Francisco. Com a pandemia, o secretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida do Vaticano reforça o olhar do Santo Padre para a instituição.
De acordo com padre Alexandre, as famílias foram afetadas do ponto de vista econômico e relacional. Atualmente, vivem a dificuldade do confinamento e a superação dos problemas que surgiram com ele.
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Mas não só as dificuldades foram lembradas pelo presbítero, como também o fortalecimento das “igrejas domésticas”. “Vemos famílias que rezam juntas, que cultivam essas atitudes que o Papa coloca na exortação. (…) Elas puderam, apesar das dificuldades, enfrentar melhor esse momento”.
Desta forma, padre Alexandre sublinha que é providencial a celebração deste ano no contexto de pandemia. “Esperamos que também no pós-pandemia, nossa vida familiar seja diferente. Que possamos redescobrir a importância da família como igreja doméstica”.
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O ano celebrativo, de acordo com o presbítero, também será de preparação para o X Encontro Mundial das Famílias – que foi adiado, devido à pandemia, para 2022.
Recuperando a riqueza da exortação
“Conhecer bem e colocar em prática a vivência em família na paróquia, nas casas, dioceses e sociedade”. É um dos objetivos do Ano Família Amoris Laetiti, segundo padre Alexandre.
Com um ano celebrativo, o secretário do Dicastério acredita que o conteúdo da exortação será ainda mais conhecido e vivido.
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“É um documento que procura acolher, acompanhar e discernir as diversas realidades que temos hoje. São realidades de alegria e de tristeza, de saúde e de doença, como reza o ritual do matrimônio”. É o que destaca padre Crispim Guimarães.
O sacerdote é assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e secretário executivo da Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF).
Para ele, há uma percepção dentro da própria igreja de que este documento ainda não caiu no coração das pessoas. “Falta muito ainda para que as conferências episcopais, as dioceses, as paróquias, os movimentos eclesiais, toda igreja e o mundo laical conheçam esse documento”.
A família no mundo
Padre Crispim frisa a importância de contextualizar o surgimento da exortação. O presbítero aponta que o texto surgiu após dois Sínodos dos Bispos que visaram conhecer qual era a atual realidade das famílias.
A partir disso, o Papa Francisco, explica o sacerdote, procurou redigir uma exortação a fim de iluminar as diversas realidades familiares existentes.
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A exortação parte da perspectiva da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja. Estes importantes documentos por si só, comenta padre Crispim, ajudam a entender quais passos podem ser dados para que a família seja aquela realidade querida por Deus.
São José no contexto do Ano Família Amoris Laetitia
O secretário executivo da CNPF relembra que, também nesta sexta-feira, 19, a Igreja celebra São José.
O santo “está inserido nesse contexto da família e agora estamos celebrando o Ano de São José e juntamente o ano Amoris Latetitia”.
Programação para abertura do ano celebrativo no Brasil
A Igreja no Brasil conta com uma programação de abertura do Ano Família Amoris Laetitia . A CNPF junto com a CNBB são as responsáveis pela programação. Nela, consta uma celebração com o presidente da CNBB, Dom Walmor de Oliveira, além de momentos de oração, lives e lançamentos de subsídios e materiais.
Algumas ações são previstas para esse ano. A primeira é um seminário de 3 a 7 de maio para tratar dos 40 anos da Familiaris Consortio, de João Paulo II. O documento deu origem à Pastoral Familiar.
Depois, no dia 29 de maio, acontece o Simpósio Nacional. Esse ano ele terá como tema a “Família e Catequese”. A cada mês, durante estes 15 meses de celebração, estão sendo preparados subsídios para aprofundar os conteúdos da Amoris Laetitia.
Outras atividades serão desenvolvidas nos 18 regionais da CNBB. A Pastoral Familiar visitará arquidioceses, dioceses, paróquias e seminários com a finalidade de não deixar com que a exortação passe despercebida neste ano.
Sugestões do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida do Vaticano
Padre Alexandre Awi recorda que existe uma página do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida do Vaticano sobre o tema. Nela, o organismo do Vaticano colocará instrumentos de evangelização.
O secretário revelou que uma série de 10 vídeos do Papa será divulgada sobre o tema. Serão também publicados 12 passos para um exame de consciência para as paróquias, dioceses e comunidades. Esses passos refletem sobre como estão sendo vividas as preparações para o matrimônio, como estão os mais frágeis, a educação dos filhos, a preparação para o Dia Mundial das famílias.
Outra novidade do Dicastério será uma espécie de decálogo para a vida familiar. “Será uma coisa dessas de colocar na porta da geladeira. Será sobre as 10 coisas que a gente não deve esquecer, a partir da exortação. Um exemplo é “dizer obrigado”, “com licença”, “perdão” e muitas outras coisas. O Papa é muito prático e focado no nosso dia a dia”.
Dia Mundial dos Avós e dos Idosos
Uma iniciativa do Ano Família Amoris Laetitia é o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos. “No Brasil, temos a experiência da pastoral da pessoa idosa, e de fato é uma experiência bastante pioneira. A maioria dos países do mundo não tem essa riqueza e nós podemos transmitir e continuar inclusive cultivando”, disse padre Alexandre.
“Que esse dia coloque novamente o idoso no centro de nossa vida eclesial e que resgatemos o protagonismo que eles têm e a importância de dar-lhes a devida atenção, cultivando a cultura do encontro e deixando de lado a cultura do descarte, que o Papa fala tanto”, é o que deseja o sacerdote.
Mensagem do evangelho
Padre Crispim afirmou que neste ano Ano Família Amoris Laetitia é importante difundir a mensagem de que o evangelho é capaz de iluminar vidas. “E para esse ano é o que nós queremos!”, revela.
A Amoris Laetitia, aponta o presbítero, propõe a vida do evangelho no dia a dia. “Viver o evangelho é a melhor forma de nos prevenirmos, não só do coronavírus, mas também das consequências que a pandemia está impondo a todos nós, psíquicas e humanas”.