Mensagem

Cardeal: ajuda aos pobres não deve ser esporádica, mas um estilo de vida

Dom Gregório Rosa Chávez escreveu uma mensagem para o Dia Mundial dos Pobres que será celebrado neste domingo, 14

Da redação, com Celam

Cardeal Gregório Rosa Chávez /Foto: Divulgação – Celam

“Não devemos pensar nos pobres apenas como destinatários de um trabalho voluntário a ser realizado uma vez por semana, menos ainda como destinatários de gestos improvisados de boa vontade para acalmar a nossa consciência.”

Foi o que disse o bispo auxiliar de San Salvador, em El Salvador, Cardeal Gregório Rosa Chávez. O purpurado escreveu uma mensagem para o Dia Mundial dos Pobres que será celebrado neste domingo, 14. Ele convidou os católicos a assumirem um compromisso mais firme com as periferias.

O prelado prossegue afirmando que as experiências de voluntariado – válidas e úteis para alertar sobre as necessidades de tantos irmãos e as injustiças que muitas vezes os cercam, devem também apresentar homens e mulheres a um verdadeiro encontro com os pobres, suscitando uma partilha que deve tornar-se um estilo de vida.

Papa dos pobres

O cardeal relembrou que, quando ele era um jovem bispo, muitas pessoas pediam a erradicação da pobreza. Um jornal divulgou então um editorial com o título: “Sempre haverá pobres”.

Segundo Chávez, ao interpretar o texto era possível perceber que o jornal sugeria que como os pobres sempre existiriam, todos deveriam esquecê-los. “O Papa diz que isso não é correto”, apontou.

O prelado lembrou a frase do Cardeal Cláudio Hummes ao recém-eleito Papa, Cardeal Jorge Mario Bergoglio: “Não se esqueça dos pobres!”. Bergoglio adotou então o nome de Francisco.

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“Nenhum Papa teve esse nome antes. O nome Francisco foi escolhido por três motivos: por São Francisco de Assis, claro, porque ele é um santo dos pobres. Também porque ele é o santo da paz e o santo da ecologia. É o desígnio do Papa neste pontificado”.

Dom Chávez lembrou também que a Exortação do Santo Padre, Evangelii Gaudium, apresenta um capítulo completo dedicado ao tema dos pobres: a dimensão social da evangelização”.

Testemunho de Dom Oscar Romero

O cardeal também destacou o papel do Papa João XXIII na opção pelos pobres. “Papa Francisco canonizou o Papa João XXIII e nessa canonização disse o seguinte: As feridas de Jesus são um escândalo para a fé, mas são também a verificação da fé. Por isso, no corpo de Cristo ressuscitado, as feridas não desaparecem, permanecem, porque essas feridas são o sinal permanente do amor de Deus por nós’”.

Também lembrou o testemunho do então arcebispo Dom Oscar Romero em sua homilia na véspera de seu martírio. “Ele nos convidou a viver os ensinamentos do Concílio Vaticano II, o Encontro de Medellín e Puebla para ‘pregar o Evangelho de maneira adequada’”.

“Muito impressionante. Ele diz isso um dia antes de morrer. E depois diz: Por isso peço ao Senhor, ao longo da semana, enquanto recolho o grito do povo e a dor de tanto crime, de tanta violência, que me dê a palavra adequada para consolar, para denunciar, para chamar ao arrependimento”, acrescentou.

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