COVID-19

Bispos filipinos pedem luta contra o 'estigma do coronavírus'

Dois bispos filipinos pedem à comunidade católica que não estigmatize as pessoas atingidas pela Covid-19, mas demonstrem apoio e preces

Broderick Pabillo, vigário da Arquidiocese de Manila, pede o fim do estigma para os infectados pelo novo coronavírus / Foto: Reprodução Youtube

Da redação, com Vatican News

Enquanto os casos de coronavírus continuam a subir nas Filipinas, dois bispos fazem apelos aos católicos para que ponham um fim às discriminações contra aqueles que foram atingidos pela doença.

O vigário da Arquidiocese de Manila, Dom Broderick Pabillo, observou que há uma “estigmatização” crescente de pessoas com covid-19 semelhante à “lepra nos tempos de Jesus”.

Enquanto a lepra pode ser vista externamente, o novo coronavírus é invisível aos olhos humanos, “ambos têm o mesmo efeito nas pessoas”, disse o religioso. “Ambas doenças mantêm os infectados longe de outras pessoas. Elas são evitadas, mesmo por aqueles próximos a elas. Há um medo enorme de infecção em ambos casos, sobretudo por conta da natureza desconhecida da doença”, ponderou o vigário.

Dom Pabillo explicou que a infecção costuma ser atribuída ao suposto “descuido” de quem a adquiriu. “Tanto na [hanseníase quanto na covid-19]”, disse ele, “há um estigma associado”.

Preces e suporte aos infectados

O bispo de 65 anos, que também se recuperou da covid-19, recorda que foi agraciado por mensagens de simpatia e promessas de oração quando testou positivo. “Realmente acredito que essas orações ajudaram. Eles não apenas animaram meu espírito, mas tenho a certeza de que Deus os ouviu”, ponderou.

O bispo Pabillo disse que, mesmo seguindo os protocolos de saúde, a comunidade da Igreja não deve se esquivar dos infectados, mas encontrar maneiras criativas de garantir que os infectados curados não sejam estigmatizados.

Ele apelou ao público para que, em vez disso, enviem mensagens de solidariedade e atenção aos infectados, assim como forneçam comida e material para leitura.

Fim da discriminação

O bispo Patricio Buzon, de Bacólod, também pediu um fim ao ódio que alguns nutrem aos infectados pela covid-19. “Em todo o mundo”, observou, “as pessoas são discriminadas contra cor, cultura, crença, religião e toda sorte de diferenças”, afirmou.

O bispo, de 70 anos, também pediu preces pela cura do país e por aqueles que estão na linha de frente, pois os casos de coronavírus continuam a crescer no país.

O ministério da saúde das Filipinas relatou, na quinta-feira, 20, 4.339 novas infecções por coronavírus e 88 mortes. Com isso, o número total de casos confirmados no país subiu para 178.022, enquanto os óbitos totalizaram 2.883. As Filipinas têm o maior número de casos de COVID-19 no sudeste da Ásia e o segundo maior número de mortes na região, depois da Indonésia.

Atualmente, a Igreja Católica nas Filipinas está no meio de uma campanha de oração coletiva de um mês pelo fim da pandemia, a cura do país e o fim do isolamento social.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo