Comentando a cura de Jesus a duas mulheres, Papa Leão XIV refletiu na Catequese sobre uma doença comum deste tempo: o cansaço de viver
Da Redação, com Vatican News

Foto: REUTERS/Remo Casilli
O Papa Leão XIV realizou nesta quarta-feira, 25, sua última Audiência Geral antes da pausa de verão. Os encontros semanais com o Santo Padre serão retomados em 30 de julho. Em sua catequese, o Pontífice deu continuidade ao ciclo sobre as curas de Jesus como sinal de esperança. O tema de hoje foi extraído do capítulo quinto do Evangelho de São Marcos, em que é relatado a cura de duas mulheres: uma menina de 12 anos, no leito de morte; e uma senhora que há 12 anos, que sofria com hemorragias.
Entre essas duas figuras femininas, o Evangelista insere o pai da jovem, Jairo, que sai de casa para pedir ajuda. Quando dizem que sua filha morreu, Jesus o tranquiliza e o encoraja a manter a fé. A conversa com o Mestre é interrompida pela mulher hemorroíssa, que consegue tocar no seu manto e ser curada. O Pontífice assinalou que ela toca Jesus não de um modo superficial, mas movida pela fé, acreditando firmemente n’Ele. Enquanto isso, Jairo volta para casa com Jesus. Ao entrar no quarto da jovem, ordena: Talità kum, “Menina, levanta-te!”. A menina se levanta e começa a caminhar.
Cansaço de viver, a doença deste tempo
Essas duas curas, comentou o Santo Padre, falam de uma doença muito comum deste tempo, que é o cansaço de viver: a realidade parece demasiada complexa, pesada, difícil de enfrentar. “Então, nos apagamos, nos adormecemos, na ilusão de que, ao acordar, as coisas serão diferentes. Mas a realidade deve ser enfrentada e, com Jesus, podemos fazê-lo”, sinalizou.
Leão XIV afirmou que toda vez que se faz um ato de fé endereçado a Jesus, estabelece-se um contato com Ele e, imediatamente, d’Ele brota a sua graça. “Às vezes, não percebemos, mas, de modo secreto e real, a graça nos alcança e, a partir de dentro, pouco a pouco, transforma a vida”.
Talvez, hoje, prosseguiu o Papa, muitas pessoas se aproximam de Jesus de modo superficial, sem realmente acreditar na sua potência. Pisam na superfície das igrejas, mas talvez o coração está em outro lugar.
Somente Jesus pode curar!
Essas curas mostram que Jesus não só cura de toda doença, mas desperta da morte. “Para Deus, que é Vida eterna, a morte do corpo é como um sono. A morte verdadeira é a da alma: esta sim devemos temer!”, disse o Pontífice.
Um detalhe interessante que Leão XIV destacou é que Jesus, após ressuscitar a menina, diz aos pais que lhe deem de comer. Ao trazer a história para a atual realidade, o Papa incentivou os fiéis a questionarem: “Quando os nossos jovens estão em crise e necessitam de alimento espiritual, sabemos oferecê-lo? E como podemos fazê-lo se nós mesmos não nos nutrimos do Evangelho?”.
Por fim, refletiu que na vida existem momentos de desilusão e de desencorajamento, e há também a experiência da morte. “Aprendamos daquela mulher, daquele pai, a buscar Jesus. Ele pode nos curar, pode nos fazer renascer. Ele é a nossa esperança!”.