Papa concedeu entrevista aos jornalistas no voo de retorno a Roma; entre os assuntos, sua emoção ao ouvir testemunho de sobreviventes da perseguição comunista
Jéssica Marçal
Da Redação
Durante seu retorno a Roma após a viagem à Albânia neste domingo, 21, o Papa Francisco concedeu entrevista aos jornalistas que o acompanhavam no voo papal. Um dos pontos comentados pelo Pontífice, em resposta a um jornalista, foi sua comoção na celebração das vésperas, quando ele se comoveu ao ouvir dois testemunhos de sobreviventes da perseguição comunista.
“Ouvir um mártir falar do próprio martírio é forte! Creio que todos nós que estávamos ali ficamos comovidos. E aquelas testemunhas falavam como se falassem de um outro, com uma naturalidade, uma humildade. A mim fez bem isto!”.
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A Albânia foi o primeiro país da Europa a ser visitado pelo Papa. Um dos jornalistas observou essa escolha de Francisco, de querer visitar um país da periferia, que não pertence à União Europeia. Quando perguntado sobre o que pode dizer àqueles que olham somente para a Europa dos “poderosos”, Francisco disse: “É uma mensagem, esta minha viagem, é um sinal: é um sinal que eu quero dar”.
Uma das perguntas foi sobre a emoção que Francisco sentiu ao ver os retratos dos mártires resultantes do regime comunista. O Papa contou que vinha estudando, há dois meses, a história deste período difícil na Albânia, destacando a beleza e força das raízes culturais. Tanto católicos como ortodoxos e muçulmanos deram testemunho de Deus, mesmo em meio às perseguições, e continuam dando testemunho de fraternidade, relatou o Papa.
Francisco também disse que as mensagens deixadas na Albânia não são uma exclusividade para o país, mas vão além e servem para o mundo como um todo. A Albânia pode ser um país de maioria muçulmana, como afirmou um dos jornalistas em sua pergunta, mas é um país europeu em sua cultura, observou o Papa.
Sobre as próximas viagens, Francisco comentou sua ida para Estrasburgo em 25 de novembro, ocasião em que fará um discurso ao Parlamento Europeu. Provavelmente em 28 de novembro ele irá para a Turquia, para já estar lá no dia 30, festa de Santo André, com o Patriarca Bartolomeu.
As perguntas foram feitas por três jornalistas albaneses, que trabalham em emissoras de TV locais.