No encontro com líderes religiosos na Albânia, Papa destacou necessidade da busca do bem comum e disse que discriminar em nome de Deus é um ato desumano
Lízia Costa
Da Redação
Durante a visita à Albânia neste domingo, 21, Papa Francisco encontrou-se com líderes de outras religiões e de outras denominações cristãs. O Pontífice destacou a necessidade da busca pelo bem comum e afirmou que ninguém pode usar o nome de Deus para cometer violência.
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Francisco recordou que o país foi testemunha de violência e de exclusão forçada da fé em Deus, que trouxeram consequências para a sociedade. “Conheceis bem a brutalidade a que pode conduzir a privação da liberdade de consciência e religiosa, e como desta ferida se gera uma humanidade radicalmente empobrecida, porque fica privada de esperança”. Mas destacou que as mudanças ocorridas no país a partir da década de 1990 criaram novamente condições para a liberdade religiosa.
Durante o discurso, Francisco recordou a visita de João Paulo II, em 1993, ao país e o apelo feito pelo então Papa a viver a unidade. “Nada como a fé nos recorda que, se tivermos um único Criador, somos também todos irmãos! A liberdade religiosa é assim um baluarte contra os totalitarismos e um contributo decisivo para a fraternidade humana” (Mensagem à Nação Albanesa, 25 de Abril de 1993).
Francisco disse aos líderes que “a religião autêntica é fonte de paz e não de violência”. “Ninguém pode usar o nome de Deus para cometer violência. Matar em nome de Deus é um grande sacrilégio. Discriminar em nome de Deus é desumano”.
Para a promoção da liberdade religiosa, o Pontífice indicou duas atitudes principais. A primeira delas é ver em cada homem e em cada mulher não um rival muito menos um inimigo, mas um irmão e uma irmã. A segunda atitude é o “compromisso a favor do bem comum, pois quanto mais se está ao serviço dos outros, tanto mais se é livre”.
Francisco fez aos líderes religiosos o convite de olhar ao redor e descobrir as inúmeras necessidades dos pobres, e pediu que “inspirados pelos valores das suas próprias tradições religiosas possam oferecer uma contribuição não só importante mas insubstituível aos mais necessitados”.
No final do discurso o Papa exortou os líderes a manterem a tradição de boas relações já existente na Albânia. “Continuai a ser sinal para o vosso país – e não só para ele – da possibilidade de relações cordiais e de fecunda colaboração entre pessoas de religiões diferentes”.