Encontro com parlamentares

Para salvar o planeta são necessárias leis urgentes e justas, diz Papa

Neste sábado, 9, Francisco discursou aos participantes da reunião interparlamentar promovida em Roma, em preparação para a Conferência de Glasgow sobre o clima

Da redação, com Vatican News

Papa Francisco durante audiência neste sábado, 9/ Foto: REUTERS/Remo Casilli

Em vista da COP26, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática programada para o período de 31 de outubro a 12 de novembro em Glasgow, na Escócia, o Papa Francisco pede aos parlamentares italianos que se deixem guiar em sua tarefa por dois faróis: o da responsabilidade e o da solidariedade.

Estes parlamentares da União Europeia participam do encontro promovido pela Câmara dos Deputados italianos, em preparação para a Cop26.

O Apelo assinado pelos líderes das diferentes religiões

O Pontífice observou que há um caminho a ser seguido por vários líderes de diferentes religiões e cientistas. Recentemente eles assumiram um compromisso comum quando assinaram um Apelo conjunto em vista da COP26. A ação retrata o impulso dos mesmos pela consciência dos sérios desafios que ameaçam a humanidade e o planeta e pela necessidade de maior solidariedade diante da pandemia global.

“Nessa ocasião, animados por um espírito de fraternidade, pudemos perceber uma forte convergência de todas as diferentes vozes ao expressar dois aspectos. Por um lado, o pesar pelos graves danos causados à família humana e à sua casa comum; por outro, a necessidade urgente de iniciar uma mudança de rumo capaz de passar decisiva e convincentemente da cultura do descarte, prevalecente em nossa sociedade, para uma cultura do cuidado”.

É necessária uma vontade firme de mudar

O Papa reconhece que esta é uma mudança radical “que requer uma verdadeira conversão e a vontade firme de empreendê-la”, a começar por aqueles que ocupam cargos de responsabilidade. De nossa parte, como representantes das religiões, observou o Papa, estamos fortemente empenhados em trabalhar “no campo da ação e do exemplo” em favor da educação para a ecologia, mas isto não é suficiente. O Santo Padre prosseguiu:

“Ao mesmo tempo, apelamos aos governos para que adotem rapidamente um caminho que limite o aumento da temperatura média global e deem impulso a ações corajosas, reforçando também a cooperação internacional. Especificamente, eles são chamados a promover a transição para energia limpa; a adotar práticas sustentáveis de uso da terra que preservem as florestas e a biodiversidade; a promover sistemas alimentares que respeitem o meio ambiente e as culturas locais; a continuar a luta contra a fome e a desnutrição; e a apoiar estilos de vida, consumo e produção sustentáveis”.

O papel decisivo dos parlamentares

Cada um deve fazer sua parte, disse o Pontífice, tendo em mente os muitos aspectos da transição “para um modelo de desenvolvimento mais integral e integrante”. Em tudo isso, o papel dos parlamentares é “decisivo”, ressaltou, assim como colocar em prática os valores da boa política: “sabedoria, clarividência e senso do bem comum”.

“Vocês parlamentares, como principais atores na atividade legislativa, têm a tarefa de orientar os comportamentos através dos diversos instrumentos oferecidos pela lei, “que estabelece as regras de conduta permitidas à luz do bem comum” (Laudato si’) e com base em outros princípios fundamentais, como a dignidade da pessoa humana, a solidariedade e a subsidiariedade. O cuidado pela nossa casa comum naturalmente se enquadra no leito destes princípios”.

Responsabilidade e solidariedade sejam guia

Trata-se, reiterou o Papa Francisco, de incentivar novos caminhos para alcançar os objetivos do Acordo de Paris e contribuir para o sucesso da COP26. E ao concluir seu discurso, Pontífice fez outro apelo aos parlamentares:

“Espero, portanto, que este exigente trabalho de vocês, na preparação para a COP26, e também depois dela, seja iluminado por dois importantes “faróis”: o farol da responsabilidade e o farol da solidariedade. Devemos isso aos jovens, às gerações futuras que merecem todos os nossos esforços para viver e ter esperança. Para isso, precisamos de leis urgentes, sábias e justas, que superem as barreiras estreitas de muitos ambientes políticos e possam alcançar um consenso adequado o mais rápido possível e usar meios confiáveis e transparentes”.

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