Ao refletir o Evangelho deste domingo, 17, Francisco destacou que a glória, para Deus, passa pelo dom e pelo perdão e difere da ideia humana de glorificação
Da Redação, com Vatican News
“Para Deus, a glória é amar até dar a vida”. Foi o que o Papa Francisco destacou aos fiéis reunidos na Praça São Pedro neste domingo, 17, para rezar o Angelus. Antes da oração mariana, como de costume, o Pontífice fez uma breve reflexão sobre o Evangelho do dia.
A liturgia deste 5º Domingo da Quaresma narra o encontro de dois gregos com Jesus. A poucos dias de sua Paixão, o Cristo fala a eles sobre a morte da qual haveria de morrer, declarando que “chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado”. Após o Senhor ter afirmado essas coisas, uma voz veio do céu e disse: “Eu o glorifiquei e o glorificarei de novo” (cf. Jo 12,20-33).
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Diante disso, o Santo Padre comentou que a ideia de que a glória de Deus se manifeste na cruz, sinal de fracasso e derrota, e não na ressurreição pode parecer estranha. Contudo, pontuou, a glória, para Deus, não corresponde ao sucesso humano. “Glorificar-se, para Ele, significa doar-se, tornar-se acessível, oferecer o seu amor”, prosseguiu Francisco.
Dom e perdão
Isto aconteceu na cruz, observou, “onde Jesus manifestou ao máximo o amor de Deus, revelando plenamente o seu rosto de misericórdia, dando-nos vida e perdoando os seus crucificadores”. Da cruz, a “cátedra de Deus”, o Senhor ensinou que “a verdadeira glória, aquela que nunca se apaga e nos faz felizes, é feita de dom e perdão”.
Dom e perdão são a essência da glória de Deus.
– Papa Francisco
O Papa ressaltou que o dom e o perdão são a essência da glória de Deus, o caminho da vida para os homens. São critérios diferentes do que se vê no mundo ao redor e até mesmo dentro dos próprios indivíduos, quando pensam na glória como algo a ser recebido mais do que dado. “Mas a glória mundana passa e não deixa alegria no coração; nem mesmo leva ao bem de todos, mas à divisão, à discórdia, à inveja”, alertou o Pontífice.
Aproximando-se do final de sua reflexão, o Santo Padre levou os fiéis a refletirem sobre qual glória desejam: a de impressionar os outros pelo próprio valor, capacidades ou coisas que possui ou o caminho do dom e do perdão, de Jesus Crucificado, de quem não se cansa de amar, “confiante de que isto testemunha Deus no mundo e faz brilhar a beleza da vida”. Por fim, pediu a intercessão da Virgem Maria e prosseguiu para a oração do Angelus.