Conferência Europeia da Juventude

Papa fala aos jovens europeus: apresentar um novo rosto da Europa

Papa enviou mensagem à Conferência Europeia da Juventude que tem como tema “Comprometendo-se juntos por uma Europa sustentável e inclusiva”

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

Foto: Reprodução Vatican News

Uma palavra do Papa Francisco aos jovens europeus, convidando-os à solidariedade e a apresentar ao mundo um novo rosto da Europa. Em resumo, essa é a mensagem do Santo Padre aos participantes da Conferência Europeia da Juventude. O evento acontece em Praga (República Tcheca) de 11 a 13 de julho com o tema: “Comprometendo-se juntos por uma Europa sustentável e inclusiva”. 

Em sua mensagem, o Papa convida os jovens a transformarem o “Velho Continente” num “Continente Novo”, o que só é possível com eles. “A vossa geração apresenta-se dotada de particulares recursos – sois jovens atentos, menos ideologizados, habituados a estudar noutros países europeus, abertos a experiências de voluntariado, sensíveis às temáticas do meio-ambiente –, por isso sinto que há uma esperança”, ressaltou Francisco.

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O Papa dedicou grande parte da mensagem à iniciativa, lançada em setembro de 2019, designada Pacto Educativo Global. Trata-se duma aliança entre os educadores de todo o mundo com a finalidade de educar as gerações jovens para a fraternidade. E falou aos jovens que, vendo como está a andar este mundo guiado por adultos e idosos, parece que eles deverão educar os adultos para a fraternidade e a convivência pacífica.

Paulo Freire:  todos somos chamados a educar-nos em comunhão

Francisco ainda falou que não há “remetentes” e “destinatários”, todos são chamados a educar uns aos outros em comunhão, como sugeria o pedagogo brasileiro Paulo Freire. “Não tenhais medo de ser exigentes: tendes o direito de receber o melhor para vós próprios, tal como os vossos educadores têm o dever de dar o melhor de si mesmos”.

Dentre as várias propostas do Pacto Educativo Global, o Papa recordou duas que ele viu referida também na Conferência. A primeira é “abrir-se ao acolhimento”, ou seja, o valor da inclusão: “Não vos deixeis arrastar por ideologias míopes que pretendem mostrar-vos o outro, o diverso como um inimigo. O outro é uma riqueza”. A segunda é ter “olhos grandes” para se abrir aos outros: nenhuma discriminação contra ninguém, por nenhuma razão.

O objetivo principal do Pacto Educativo é educar a todos para uma vida mais fraterna, baseada, não na competitividade, mas na solidariedade. Dirigindo-se aos jovens, Francisco disse: “Que a vossa maior aspiração, queridos jovens, não seja a de entrar nos ambientes formativos de elite, aonde pode aceder apenas quem tem muito dinheiro, mas  ao contrário, há que apreciar as realidades que unem a qualidade formativa com o serviço ao próximo, sabendo que a finalidade da educação é o crescimento da pessoa orientada para o bem comum”. E ressaltou: “Excelência sim, mas para todos! Não apenas para alguns”. 

Francisco ainda propôs a leitura da Encíclica Fratelli tutti (3 de outubro de 2020) e o Documento sobre a Fraternidade Humana (4 de fevereiro de 2019) que assinou em conjunto com o Grande Imã de Al-Azhar.  Também indicou a leitura da Encíclica Laudato si’, onde crentes e não-crentes têm encontrado sólidas motivações para se empenhar a favor duma ecologia integral. Educar, pois, para conhecer, além de si mesmo e ao outro, também a criação.

Papa: combater a guerra

O Papa lembrou que, ao mesmo tempo que acontece a Conferência, na Ucrânia (que não é União Europeia, mas é Europa), combate-se uma guerra absurda. A ideia de uma Europa Unida brotou dum forte anseio de paz, agora todos devem se empenhar para pôr fim a esta loucura da guerra, frisou o Pontífice. 

Francisco convidou os jovens a conhecerem um jovem europeu dos “olhos grandes”, que lutou contra o nazismo durante a II Guerra Mundial: Franz Jägerstätter, proclamado Beato pelo Papa Bento XVI. Devido à sua fé católica, fez objeção de consciência perante a ordem de jurar fidelidade a Hitler e ir para a guerra. Se todos os jovens chamados às armas tivessem feito como ele, Hitler não teria conseguido realizar os seus planos diabólicos, observou. Aqui, o Papa ressaltou que, para vencer, o mal precisa de cúmplices.

Já concluindo a mensagem, o Papa convidou os jovens a olharem para o Alto, procurando sempre o sentido da vida, da origem, do fim, da Verdade, porque não se vive se não se busca a Verdade. Também indicou a leitura da Exortação apostólica Christus vivit, dirigida especialmente aos jovens. E, por fim, os convidou para a Jornada Mundial da Juventude do próximo ano em Lisboa.

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