Discurso no Vaticano

Papa enfatiza cultura do cuidado em audiência com rede de farmacêuticos

Papa se encontrou hoje com uma rede italiana de farmacêuticos que desenvolve um trabalho de cuidado respeitando a fisiologia do organismo e o meio ambiente

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

“Cada um, em sua própria função, pode contribuir para difundir a cultura do cuidado”, diz o Papa / Foto: Vatican Media/Sipa USA via Reuters

Harmonia e cuidado foram duas palavras centrais no discurso do Papa Francisco à “Apoteca Natura”, uma rede italiana de farmacêuticos que cuida das pessoas respeitando a fisiologia do organismo e o meio ambiente.

O Santo Padre afirmou que esta experiência de buscar, na natureza, as respostas aos problemas de saúde o faz pensar na Amazônia. “As populações indígenas – na Amazônia e em outras partes do mundo – são guardiãs de ricos patrimônios de terapias naturais, mas estes também, infelizmente, correm o risco de se perderem se as culturas originárias se extinguirem.”

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Francisco vê no trabalho dessa rede um sinal positivo, um modo criativo de fazer negócios e gerar emprego a partir de uma intuição integralmente ecológica, que responde à necessidade prioritária hoje de reencontrar uma nova harmonia entre os seres humanos e a criação.

Outro ponto destacado pelo Pontífice foi a relação personalizada com as pessoas do território, uma certa capacidade de escutar para poder aconselhar e orientar. Ele lembrou que não se deve negligenciar a boa qualidade dos serviços de saúde locais privilegiando a “excelência” e excluindo as pessoas idosas, com baixa escolaridade e marginalizadas. “Obviamente, as farmácias não podem suprir o que pertence ao serviço nacional de saúde, mas podem certamente responder a uma necessidade real da população, compensando algumas carências”, sublinhou.

Harmonia e cultura do cuidado

A harmonia é um tema que o Papa tem muito no coração. No discurso aos presentes, ressaltou que a criação, enquanto tal, é “criada” por Deus que é harmonia, reflete o desígnio do Criador e, embora intimamente marcada pelo mal que a poluiu, aspira sempre ao bem e à harmonia.

No mundo globalizado e interligado de hoje, torna-se ainda mais evidente o confronto entre a cultura do consumismo e a cultura do cuidado. O Papa enfatizou que não é possível ficar neutro, é preciso escolher.

“É necessária uma escolha, porque o grito da terra e o grito dos pobres pedem responsabilidade. Responder. A cultura do consumismo e do descarte é muito difundida e condiciona muitos dos nossos comportamentos diários, e assim também a cultura do cuidado se expressa em muitas pequenas e grandes escolhas, que cada um é chamado a fazer, dependendo da função que ocupa.”

A encíclica Laudato si’, recordou o Papa, buscou ser um apelo para que se assuma com consciência e decisão essa atitude do cuidado. “Cada um, em sua própria função, pode contribuir para difundir a cultura do cuidado. Agradeço a vocês pelo que fazem, a partir do seu campo de trabalho, procurando também dar uma contribuição concreta para o crescimento de uma economia diferente, uma economia centrada na pessoa e no bem comum”, concluiu.

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